Mercados

Iminente IPO do Facebook em bolsa causa furor no mercado

No dia 3 de maio, o Facebook anunciou que mais de 337 milhões de ações seriam ofertadas a preços que oscilariam entre 28 e 35 dólares no Nasdaq

"Mark (Zuckerberg) quer que o Facebook esteja conectado a toda classe de sites e um fluxo de dinheiro fresco pode sustentar esse modelo", disse Bajarin (©AFP/Getty Images / Stephen Lam)

"Mark (Zuckerberg) quer que o Facebook esteja conectado a toda classe de sites e um fluxo de dinheiro fresco pode sustentar esse modelo", disse Bajarin (©AFP/Getty Images / Stephen Lam)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2012 às 14h37.

San Francisco - A iminente entrada do Facebook na Bolsa de Nova York tem provocado uma efervescência inusitada nos mercados e gerado críticas que vão desde a maneira de se vestir de seu diretor-executivo até às recentes onerosas aquisições feitas pela empresa californiana, fundada há apenas oito anos.

No dia 3 de maio, o Facebook anunciou que mais de 337 milhões de ações seriam ofertadas a preços que oscilariam entre 28 e 35 dólares no Nasdaq, no dia 18 de maio. Outras 50 milhões de ações poderiam ser lançadas ao mercado caso fosse necessário.

A operação valorizaria o grupo entre 70 e 87,5 bilhões de dólares e em até 97 bilhões aproximadamente caso fossem incluídas todas as opções de ações que poderiam ser exercidas no prazo de um a dois anos.

As cifras da empresa são bastante superiores à captação de 23 bilhões de dólares do Google em sua estreia na bolsa, em 2004.

"Os mais de 900 milhões de usuários da rede esperam que o Facebook continue inovando e torne o serviço mais interessante e importante", diz o analista Tim Bajarin, da Creative Strategies.

Contudo, a empresa continuará funcionando com empregados que durante muito tempo foram remunerados com ações e que da noite para o dia se tornarão milionários - começando por Mark Zuckerberg, que nesta segunda-feira completa 28 anos e que possui 53% dos direitos de voto na empresa.

"Quando um conjunto de pessoas que trabalha em uma determinada empresa recebe um grande volume de dinheiro, surgem comportamentos estranhos", alerta o analista independente Rob Enderle.


Zuckerberg é conhecidamente o mais excêntrico executivo em evidência no mercado. Na semana passada, alguns analistas inclusive o criticaram por vê-lo vestido com seu tradicional moletom com capuz em uma reunião importante.

Segundo Enderle, comportamentos como este incomodam pessoas que possuem meios para fazer fracassar a entrada (do Facebook) na Bolsa.

Contudo, Zuckerberg tem tido que responder a críticas mais contundentes, principalmente quanto a uma série de aquisições onerosas feitas recentemente, como a aquisição do Instagram por 1 bilhão de dólares, um lote de licenças por mais de 500 milhões de dólares e a compra da startup Glancee, feita na semana passada.

De acordo com a imprensa, a compra do Instagram chamou a atenção da Comissão Federal de Comércio, que teria aberto uma investigação a respeito. O Facebook se negou a comentar esta informação.

"Uma vez que uma empresa começa a ser cotada em bolsa, adquire responsabilidades fiduciárias", disse Bajarin, destacando a necessidade de que o Facebook assuma uma postura mais transparente.

Na semana passada, o Facebook voltou a ocupar as primeiras páginas dos jornais depois que a Microsoft anunciou uma integração maior das informações do site com seu sistema de busca (Bing), e na sexta-feira o próprio Facebook confirmou que lançaria um serviço de armazenamento em linha, seguindo os passos do Google, Dropbox e outros.

"Mark (Zuckerberg) quer que o Facebook esteja conectado a toda classe de sites e um fluxo de dinheiro fresco pode sustentar esse modelo", disse Bajarin.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas de internetEmpresas americanasFacebookRedes sociaisInternetempresas-de-tecnologiaMercado financeiroIPOsNasdaq

Mais de Mercados

Por que está mais difícil de prever crises nos Estados Unidos

Por que empresas de robotáxi chinesas não foram bem recebidas na bolsa

Tesla segue roteiro da Berkshire. Mas Elon Musk pode ser novo Buffett?

Pfizer vence disputa com Novo Nordisk e compra a Metsera por US$ 10 bi