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Impeachment de Trump e guerra comercial pressionam bolsas pelo mundo

Ontem, Ibovespa caiu 1,5% num dia de alta nos índices globais. Hoje, o mundo amanheceu de ressaca — para onde vai a bolsa brasileira?

DONALD TRUMP: nesta semana Trump voltou a culpar o Fed por enfraquecer a capacidade americana de competir em igualdade com a China / Paul Hennessy/SOPA Images/ (SOPA Images/Getty Images)

DONALD TRUMP: nesta semana Trump voltou a culpar o Fed por enfraquecer a capacidade americana de competir em igualdade com a China / Paul Hennessy/SOPA Images/ (SOPA Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2019 às 06h35.

Última atualização em 13 de novembro de 2019 às 07h03.

Para onde vão a bolsa e o dólar após a terça-feira surpreendentemente ruim? O Ibovespa caiu 1,49% ontem, para 106.751 pontos, e o dólar fechou em 4,16, a apenas 0,69% da máxima registrada em dezembro de 2018. A explicação encontrada por analistas e investidores foi que o ambiente político ruim no Brasil e na América Latina contaminou os índices locais num dia de alta no exterior.

Pois bem: a quarta-feira já começou mais carregada mundo afora. Os índices de ações na Ásia fecharam em queda, puxados por Hong Kong, que caiu mais de 2%. A ilha teve mais um dia de violência no confronto entre policiais e manifestantes, que chegou a paralisar as negociações na bolsa local. Mas Xangai, Tóquio e as bolsas do sudeste asiático também caíram, após novas ameaças do presidente americano, Donald Trump, de aumentar tarifas se um acordo comercial não for firmado. A perspectiva de que a guerra sem fim continue e prejudique o crescimento econômico global levou para baixo os preços do petróleo.

O dia será de renovadas fontes de pressão sobre Trump. Pela primeira vez, audiências do processo de impeachment contra ele serão públicas. Hoje, o Congresso ouve William Taylor, diplomata na Ucrânia, e George Kent, executivo do departamento de estado. Na sexta-feira será ouvida Marie Yovanovitch, ex-embaixadora na Ucrânia. Democratas continuam em busca de um depoimento matador que pressione senadores republicanos a votar contra Trump a menos de um ano das eleições presidenciais de 2020.

Também nesta quarta-feira Trump encontra um de seus antagonistas internacionais, o presidente turco Recep Erdogan. No mês passado, Trump alertou Erdogan a “não ser durão” e recuar de uma ofensiva na Síria após a retirada de tropas americanas. A ofensiva aconteceu, o presidente turco deve tentar, hoje, uma reaproximação com o americano. Outro antagonista de Trump fala ao Congresso hoje: Jerome Powell, presidente do Fed, o banco central americano. Powell dará dois dias depoimento sobre sua visão para a economia e os planos para as taxas de juros do país em meio a quedas nas perspectivas de crescimento.

Nesta semana Trump voltou a culpar o Fed por enfraquecer a capacidade americana de competir em igualdade com a China, mesmo após três reduções seguidas nas taxas de juros. Analistas afirmam que a economia recua pela incerteza de empresas e investidores com os efeitos da guerra comercial. Afirmam que Trump enfraquece ainda mais os Estados Unidos ao rifar alianças internacionais e pôr em risco o livre mercado e a segurança jurídica do país.

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