B3: conheça os índices mais valorizados do ano (Germano Lüders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 14 de outubro de 2025 às 10h43.
O Índice Imobiliário (Imob) registra a maior valorização, entre os indicadores de renda variável da B3, entre janeiro e setembro deste ano. É o que aponta um levantamento realizado pela B3.
O Imob deixou o Ibovespa para trás e valorizou três vezes mais que o índice acionário de referência da bolsa de valores. No ano, até 30 de setembro, o Imob subiu 66,46%, enquanto o Ibovespa avançou 21,57%.
Entre as 17 ações que compõem o índice imobiliário, Direcional (DIRR3), Cury (CURY3) e Moura Dubeux (MDNE3) registram altas de mais de 80% no ano até o fechamento desta segunda-feira, 13. A Moura Dubeux é o destaque com alta de 150%.
O bom desempenho dessas ações está relacionado à curva de juros, que apresenta uma relação inversamente proporcional ao setor. Isso ocorre porque a taxa de juros afeta diretamente a captação de recursos para a construção de novos empreendimentos e influência a capacidade de compra de imóveis pela população.
Mesmo com a Selic em 15%, o setor imobiliário se valoriza. Esse movimento reflete a percepção do mercado de que a restrição monetária estava excessivamente forte e que, em algum momento, um afrouxamento seria inevitável.
Como resultado, os investidores anteciparam-se a essa expectativa. Por exemplo, a curva de juros futuro para 10 anos começou a ceder: no início do ano, o vértice estava em 15,2%, mas em julho caiu para 13,2% — uma redução de 200 pontos-base, o que impactou diretamente o índice do setor imobiliário.
“Além da taxa de juros, a valorização do setor imobiliário também é resultado da qualidade das operações. Observamos um volume expressivo de vendas e uma recuperação muito forte das margens operacionais. Empresas voltadas para as classes média e média baixa têm se destacado dentro desse índice”, diz Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital. Ele destaca ainda que o estoque de terrenos dessas empresas desempenha um papel estratégico.
Outro destaque entre os indicadores de renda variável está o Índice Utilidade Pública (Util), com alta de acumulada de 45,04%. Ele apresenta o desempenho médio das ações mais negociadas e representativas do setor de utilidade pública, incluindo empresas de energia elétrica, água, saneamento e gás listadas na B3.
Das 20 empresas que compõem o índice, Eletrobras (ELET3), Sabesp (SBSP3), Copel (CPLE6) se destacam, com altas acima de 40% no ano. “Conseguimos perceber que Sabesp pegou uma grande valorização na privatização”, diz Pletes. Segundo ele, o Util também teve essa estabilidade porque o fluxo de capital estrangeiro para a bolsa procura ativos mais seguros.
Em seguida no ranking dos indicadores aparece o Índice de Energia Elétrica (IEE), que reúne as ações das principais empresas do setor elétrico brasileiro — incluindo companhias de geração, distribuição e transmissão de energia. O indicador acumula alta de 40,27% no ano até final de setembro.
Na quarta posição aparece o Ibov BR CAP, uma versão do Ibovespa que distribui de forma mais equilibrada o peso de cada empresa no cálculo do índice principal da B3. Este indicador registrou avanço de 38,83%.
Por último, em quinto lugar, está o IGPTW, que mede o desempenho das ações de empresas reconhecidas pela Great Place to Work (GPTW) como excelentes locais para trabalhar no Brasil. O índice acumula valorização de 38,63% nos nove primeiros meses de 2025, apontou o levantamento.