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Investidor que previu crise de 2008 faz alerta: 'cortes fiscais podem prejudicar economia'

Danny Moses alerta para os impactos econômicos dos cortes fiscais agressivos e a subestimação dos riscos de recessão

Publicado em 21 de março de 2025 às 07h46.

Última atualização em 21 de março de 2025 às 07h49.

Danny Moses, fundador da Moses Ventures, é lembrado por sua previsão certeira sobre a crise financeira de 2008, quando apostou contra os títulos lastreados em hipotecas e teve grandes ganhos. Agora, o investidor está soando o alarme novamente, desta vez sobre os impactos econômicos dos cortes fiscais agressivos promovidos pelo governo federal dos Estados Unidos.

Em entrevista ao Power Lunch da CNBC, nesta quinta-feira, 20, Moses afirmou que os mercados estão subestimando os efeitos adversos das reduções de gastos governamentais, que podem gerar uma série de consequências econômicas não previstas.

“Eu acho que estamos subestimando o impacto desses cortes na economia e o que isso pode significar em termos de efeitos colaterais,” afirmou Moses, destacando que os cortes no governo afetam diretamente a receita do país. Segundo ele, a redução de despesas pode prejudicar áreas essenciais, como a seguridade social e o Medicare, sistemas que sustentam milhões de americanos.

Os cortes fiscais são liderados pelo DOGE office, um departamento do governo sob a administração Trump, com Elon Musk como principal defensor e rosto público da iniciativa. A gestão do presidente Trump já supervisionou a demissão de pelo menos 25.000 trabalhadores federais em período de experiência, distribuídos por 18 agências. Entretanto, a situação de muitos desses postos de trabalho ainda está indefinida devido a questões legais.

Apesar das alegações de Musk e Trump de que os gastos públicos são "desperdício" e "fraudulentos", ainda não há evidências públicas que confirmem qualquer ato de fraude no governo. No entanto, o que se observa é um aumento da incerteza econômica, especialmente com as tarifas oscilantes de Trump, que têm gerado temores de recessão.

Além dos cortes, Moses prevê que os relatórios de ganhos do primeiro trimestre deverão evidenciar sinais de desaceleração no mercado. A confiança do consumidor já demonstra fraqueza, e o investidor alerta para o fato de que os riscos de uma recessão ainda não foram plenamente precificados pelo mercado. Para Moses, a situação é preocupante, especialmente considerando que a relação entre a dívida pública e o PIB dos Estados Unidos ultrapassou os 120%.

“Quando sua dívida em relação ao PIB está acima de 120%, você realmente não pode se dar ao luxo de cometer um erro,” afirmou Moses. Ele complementa dizendo que a visão otimista de muitos investidores em relação à recuperação econômica pode ser equivocada, e que os desafios à frente são mais sérios do que os mercados aparentam entender.

O investidor sugere que, sem uma gestão fiscal mais equilibrada, o país poderá enfrentar sérias dificuldades nos próximos anos, o que poderia impactar ainda mais os mercados financeiros globalmente.

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