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Itaú BBA prevê US$ 10 bi em ofertas de ações no Brasil este ano

Empresas que pisaram no freio no passado poderão ser tentadas a fazer emissões iniciais à medida que os mercados melhorarem

Neoenergia: é uma das companhias que deve fazer um IPO (Paulo Santos/Reuters)

Neoenergia: é uma das companhias que deve fazer um IPO (Paulo Santos/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 11 de abril de 2019 às 06h32.

Última atualização em 11 de abril de 2019 às 06h32.

(Bloomberg) -- O esforço do Brasil para reduzir o tamanho do governo significa que 2019 será um ano de retorno de ofertas de ações, previu um dos principais executivos de banco de investimento do país.

Roderick Greenlees, que chefia o banco de investimento no Itaú BBA, espera que as empresas brasileiras ofertem até US$ 10 bilhões em ações este ano, recuperando o nível de 2017. O governo será um fator importante, pois está vendendo diversos ativos, disse ele. Empresas que pisaram no freio no passado poderão ser tentadas a fazer emissões iniciais à medida que os mercados melhorarem.

"Estamos muito entusiasmados com o processo de privatização", disse João De Biase, responsável pelo banco corporativo e de investimento no Itaú Unibanco, que controla o Itaú BBA. "Isso vai dar ao governo um fluxo de negócios nos próximos dois a três anos que será de grande interesse para os investidores internacionais."

As ofertas de ações totalizaram cerca de US$ 7 bilhões no ano passado, com duas empresas respondendo por mais da metade do valor, de acordo com Greenlees. A Pagseguro Digital vendeu um total de US$ 3,7 bilhões em janeiro e junho, e a StoneCo vendeu US$ 1,4 bilhão em uma oferta inicial em outubro. O Itaú BBA ficou em terceiro lugar em 2018 no ranking de bancos líderes em emissões de ações de empresas brasileiras, segundo dados compilados pela Bloomberg.

O governo já começou a privatização com um fundo estatal vendendo cerca de R$ 2,5 bilhões (US$ 648 milhões) em ações do IRB Brasil Resseguros, o maior ressegurador da América Latina. Os negócios em andamento incluem a venda pela Caixa Econômica Federal de uma participação de quase R$ 9 bilhões na Petrobras e uma oferta pública inicial da Neoenergia.

Greenlees disse que o número final para o ano dependerá da rapidez com que o governo conseguir aprovar reformas, começando com a da Previdência. As empresas que buscam fazer ofertas inicias de ações “vão esperar um pouco mais para ter certeza de que os investidores estrangeiros estão realmente dispostos a comprometer capital em novas oportunidades”, disse ele.

O número de ofertas públicas iniciais de ações pode totalizar 15 a 25 este ano, mais do que dobrando o total do ano passado, de acordo com Greenlees.

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