O segmento de defesa não chegava a 10% das receitas da Iveco (Iveco/Divulgação)
Redator
Publicado em 31 de julho de 2025 às 17h19.
Última atualização em 31 de julho de 2025 às 17h32.
O grupo italiano Iveco decidiu se desmembrar. O negócio focado em defesa será comercializado com a Leonardo. O restante da fabricante italiana de caminhões irá para a indiana Tata Motors. Ao todo, a empresa arrecadará cerca de € 5,5 bilhões (equivalente a US$ 6,3 bilhões) com as transações.
Segundo um comunicado divulgado pelo grupo, a Leonardo pagará o equivalente a € 1,7 bilhão, incluindo dívidas, pela unidade de veículos militares. O restante da Iveco, que fabrica caminhões e ônibus comerciais, deverá ser comprado pela Tata por cerca de € 3,8 bilhões.
A Tata aumentou sua presença em solo europeu quando comprou a Jaguar Land Rover em 2008. Agora, ao assumir as operações de caminhões da Iveco, a montadora indiana volta a ter uma posição de destaque na indústria de veículos comerciais da Europa.
Os acionistas da Iveco devem receber € 14,10 por ação do acordo com a Tata e um dividendo extraordinário de aproximadamente € 6 por ação da transação com a Leonardo, segundo a Bloomberg.
A holding Exor NV, da família Agnelli, fundadora da Fiat, concordou em vender sua participação de 27% para a Tata, de acordo com o comunicado.
A Iveco emprega cerca de 36 mil pessoas, principalmente na Europa, com 40% de sua força de trabalho proveniente da Itália, mas também possui unidades fabris na França, Alemanha, Reino Unido, China e na América Latina.
A venda de caminhões e ônibus representaram a maior parte do faturamento de € 15,3 bilhões da empresa em 2024. Já o segmento de defesa não chegava a 10% de suas receitas.
O movimento da Tata Motors ocorre no momento em que a montadora indiana passa por uma cisão de seus negócios de veículos comerciais e de passageiros com data para acontecer até março de 2026.
A compra da Iveco ajudará a divisão de veículos comerciais, focada sobretudo na Índia, a expandir sua presença no exterior.
As ações da Tata Motors acumulam alta de 11% em 2025.