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JBS (JBSS3) desponta como líder na temporada de resultados do 4T24, diz Santander

Banco projeta EBITDA 10% acima do consenso para a dona da Seara; BRF deve manter margens em alta com ciclo forte de aves, enquanto desfaios da carne bovina ainda se impõem sobre Marfrig e Minerva

JBS: segundo o Santander, os fatores cambiais, aliás, devem beneficiar a indústria de alimentos de forma geral, reforçando margens (JBS/Divulgação)

JBS: segundo o Santander, os fatores cambiais, aliás, devem beneficiar a indústria de alimentos de forma geral, reforçando margens (JBS/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 10h28.

O Santander divulgou um relatório otimista para a JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) na temporada de resultados do quarto trimestre de 2024, destacando o impacto positivo da depreciação do real sobre os resultados dessas companhias. Segundo o banco, os fatores cambiais, aliás, devem beneficiar a indústria de alimentos de forma geral, reforçando margens em diversos segmentos.

Enquanto o EBITDA projetado pelo Santander para a BRF está em linha com o consenso, em R$ 3,4 bilhões, as estimativas para a JBS superam as expectativas do mercado em 10%, totalizando R$ 10,3 bilhões. O banco também destaca preferência pela Marfrig (MRFG3) em relação à Minerva (BEEF3), apesar de perspectivas desafiadoras no segmento de carne bovina.

JBS: otimismo baseado na Seara e no impacto cambial

O Santander vê um bom equilíbrio de riscos para a JBS no quarto trimestre, com projeções que incluem um EBITDA 10% acima do consenso do mercado, sustentado por um desempenho robusto da Seara. A unidade, que abrange alimentos processados e carnes suínas, deve se beneficiar de diversos fatores:

  • Preços fortes nas exportações;
  • Sazonalidade positiva do final de ano;
  • Melhoras nos preços de alimentos processados;
  • Diluição de custos com a entrada em operação de novas instalações.

Embora o Santander adote uma visão mais conservadora para a unidade Pilgrim’s Pride (PPC), a performance da Seara deve mais que compensar esse impacto, sustentando margens estáveis trimestre a trimestre.

BRF: ciclo positivo de aves deve continuar

Para a BRF, o Santander aponta um ciclo ainda forte no segmento de aves, com margens sustentadas por:

  • Oferta limitada;
  • Alta nos preços da carne bovina, incentivando a migração dos consumidores para proteínas mais baratas;
  • Forte demanda internacional por frango;
  • Ganhos de eficiência operacional.

Embora existam riscos de alta nos preços do milho devido à menor produção na Argentina, o banco acredita que o impacto já esteja precificado nas ações da BRF. Assim, o Santander projeta um EBITDA de R$ 3,4 bilhões, alinhado ao consenso.

Carne bovina: desafios para Minerva e Marfrig

No segmento de carne bovina, o Santander espera margens pressionadas para Minerva e Marfrig (ex-BRF) devido ao aumento dos preços do gado no Brasil e ao atraso no repasse dos custos ao mercado final. Ainda assim, a National Beef, subsidiária da Marfrig nos Estados Unidos, deve continuar superando seus concorrentes, com margens de EBITDA estimadas em 2%, impulsionadas pela recuperação de prêmios por carne bovina de alta qualidade.

Na comparação direta, o Santander prefere a Marfrig em relação à Minerva, destacando sua maior exposição a alimentos processados, modelo integrado nos Estados Unidos e menores riscos de execução em relação aos turnarounds dos ativos recentemente adquiridos pela Minerva.

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