Jeff Bezos venderá até US$ 4,75 bilhões em ações da Amazon com impacto da guerra comercial (Chip Somodevilla/Getty Images)
Repórter de mercados
Publicado em 2 de maio de 2025 às 17h09.
Última atualização em 2 de maio de 2025 às 17h20.
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, planeja vender até US$ 4,75 bilhões em ações da empresa até o dia 29 de maio de 2026, segundo documentos regulatórios enviados à Securities and Exchange Commision (SEC).
Bezos adotou um plano de negociação para vender até 25 milhões de ações. Se considerar o valor da ação de fechamento de quinta-feira, de US$ 190, a participação vale cerca de US$ 4,75 bilhões. O plano foi definido no início de março, de acordo com o último relatório trimestral da Amazon.
A divulgação ocorreu horas depois de a companhia ter alertado na noite de quinta-feira sobre o impacto da guerra comercial global de Donald Trump, prevendo que as vendas líquidas e o lucro operacional poderiam ficar abaixo das previsões de Wall Street.
A principal preocupação da companhia é com as tarifas e políticas comerciais, que podem fazer com que os consumidores reduzam os gastos. A previsão de lucro operacional do trimestre que se encerra em junho, abaixo do consenso, é mais um elemento de temor para Amazon.
No ano passado, Bezos teve vários encontros com Trump e chegou a comparecer à sua segunda posse, acompanhado da noiva, Lauren Sánchez. No entanto, o relacionamento entre os dois começou a se deteriorar este ano. Na terça-feira, 29, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, acusou a Amazon de adotar uma postura “hostil e política”.
A crítica foi baseada em uma reportagem do Punchbowl News — contestada pela Amazon — que afirmava que a empresa passaria a mostrar, ao lado dos produtos, o impacto exato dos aumentos de preços causados por tarifas.
Em 2024, o fundador da empresa vendeu 75 milhões de ações por meio dos planos 10b5-1(c), totalizando US$ 13,6 bilhões, de acordo com os documentos regulatórios. Naquele ano, o valor de mercado da empresa subiu para mais de US$ 2 trilhões, impulsionado pelo otimismo dos investidores com a inteligência artificial.