Mercados

Juros futuros sobem em meio à discussão da meta fiscal

Ainda mais com a quase certeza de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai manter a taxa Selic em 14,25% ao ano


	Sede do Banco Central: no encerramento da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 apontava 14,305%, ante 14,297% no ajuste de ontem
 (.)

Sede do Banco Central: no encerramento da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 apontava 14,305%, ante 14,297% no ajuste de ontem (.)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2015 às 16h49.

São Paulo - O evento que poderia fazer preço nos juros nesta quarta-feira, 21, praticamente foi ignorado pelo mercado.

Ainda mais com a quase certeza de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai manter a taxa Selic em 14,25% ao ano.

Isso não significa que o pregão foi calmo: a discussão em torno da meta fiscal pressionou os negócios e fez as taxas dos contratos futuros de juros subirem em toda a curva a termo. O dólar registrou a quarta sessão consecutiva de ganhos ante o real.

No encerramento da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 apontava 14,305%, ante 14,297% no ajuste de ontem.

O DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 15,44%, de 15,30%. O DI para janeiro de 2019 estava em 15,97%, de 15,91% no ajuste anterior.

O contrato com vencimento em janeiro de 2021 projetava 15,83%, ante 15,77% no ajuste anterior.

O Copom serviu apenas para manter a ponta curta da curva a termo praticamente inalterada, já que o mercado não precifica mudanças na taxa - e tampouco no comunicado, pelo menos não agora.

O que de fato influenciou os preços foi a discussão em torno da meta fiscal. A junta orçamentária se reuniu nesta tarde para decidir qual será a nova meta deste ano, já que as receitas previstas não serão atingidas.

Além disso, o governo tem a incumbência imposta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de zerar a conta das pedaladas, algo em torno de R$ 40 bilhões.

Com tudo isso, os cálculos que circulam no mercado são de que o déficit fiscal poderia atingir algo em torno de R$ 70 bilhões neste ano.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quer parcelar a fatura das pedaladas. O temor é de que o pagamento à vista antecipe o downgrade brasileiro, em que o País perderia o investment grade por uma segunda agência de rating.

Mas os auditores do TCU e alguns ministros da Corte dizem ser impossível o parcelamento e a decisão final pode ser a de que a conta terá que ser paga de uma única vez. Governo e TCU, agora, negociam o que deverá ser feito.

E tudo deve ser definido até sexta-feira, que é quando o governo espera ter definida a nova meta.

Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, para calcular a nova meta, o ministro Levy não quer usar na conta de 2016 as receitas extraordinárias de 2015 que eventualmente só sejam performadas no próximo ano. Isso daria alguma flexibilidade para a meta do próximo ano.

A alta do dólar também influenciou no comportamento dos juros hoje. A moeda norte-americana subiu 1%, para R$ 3,9450.

Já o IPCA-15 não afetou as taxas. O IBGE informou que o IPCA-15 de outubro subiu 0,66%, ante 0,39% em setembro, o maior resultado para o mês desde 2002.

O resultado ficou dentro do intervalo das projeções (+0,58% a +0,72%) e abaixo da mediana de +0,68%.

Acompanhe tudo sobre:EstatísticasIndicadores econômicosJurosSelicCopom

Mais de Mercados

Noivo de Taylor Swift vira sócio da Six Flags, operadora de parques de diversão

Vale (VALE3) tem maior produção trimestral de minério de ferro desde 2018

Netflix lucra abaixo do esperado; disputa tributária no Brasil impactou margens