Mercados

Juros terminam pregão com viés de alta à espera de ata

Os indicadores domésticos de inflação conhecidos nesta quarta-feira não trouxeram surpresas


	De acordo com profissionais da área de renda fixa, o mercado trabalha em compasso de espera, sem que os investidores queiram se arriscar antes de conhecer motivos para a alta da taxa Selic
 (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

De acordo com profissionais da área de renda fixa, o mercado trabalha em compasso de espera, sem que os investidores queiram se arriscar antes de conhecer motivos para a alta da taxa Selic (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2013 às 17h07.

São Paulo - As taxas futuras de juros terminaram o pregão desta quarta-feira, véspera da divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), com leve viés de alta, em meio a um fraco volume de negócios.

De acordo com profissionais da área de renda fixa, o mercado trabalha em compasso de espera, sem que os investidores queiram se arriscar antes de conhecer o documento que explicará os motivos para a alta de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic na última semana.

Até porque os indicadores domésticos de inflação conhecidos nesta quarta-feira não trouxeram surpresas.

Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (75.190 contratos) marcava 7,40%, de 7,39% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (144.135 contratos) apontava máxima de 7,83%, de 7,81% nesta terça-feira (23). O juro com vencimento em janeiro de 2015 (152.425 contratos) indicava 8,28%, de 8,25% antes. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (90.035 contratos) marcava 8,89%, ante 8,87% na véspera, e o DI para janeiro de 2021 (15.025 contratos) estava em 9,54%, ante 9,50% no ajuste.

"O mercado espera que a ata traga mais clareza sobre os próximos passos do Banco Central. O documento deve definir se a leitura que o mercado fez a partir do comunicado e da divisão do último encontro, de que a estratégia é de gradualismo, está correta", avaliou um operador. "Por ora, os investidores seguem apostando em mais três elevações de 0,25 ponto porcentual, em um ciclo total de 1 ponto", disse outra fonte.

De acordo com sondagem do AE Projeções, a grande expectativa dos economistas do mercado financeiro em relação à ata é saber detalhes sobre as "incertezas" que a diretoria do Banco Central enfatizou no comunicado que acompanhou a decisão de elevar a taxa básica para 7,50% ao ano. De acordo com os analistas consultados, conhecer as minúcias destas dúvidas ligadas ao cenário interno e, especialmente, ao externo, pode ajudar a descobrir qual a real rota que o BC adotará no provável plano de voo de aperto da política monetária para controlar a resistente inflação no país.


Entre os indicadores conhecidos nesta quarta-feira, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) ficou em 0,54% na terceira quadrissemana de abril, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), de 0,65% na segunda leitura.

A desaceleração foi puxada pela perda de força de Alimentação (de 1,37% para 1,13%). Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, registrou uma alta de 0,17% na terceira quadrissemana de abril. O número representa uma alta maior em relação à segunda leitura de abril, quando apresentou um valor positivo de 0,08%. O resultado apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) ficou próximo à mediana encontrada pelo AE Projeções, de 0,18%.

Mais cedo, o Ministério da Fazenda divulgou o boletim "Economia Brasileira em Perspectiva", relativo ao primeiro trimestre deste ano. Segundo o documento, a economia brasileira começou 2013 com ritmo de crescimento mais intenso, dando prosseguimento à trajetória de aceleração verificada a partir do segundo semestre de 2012.

"Apesar das dificuldades que persistem na economia internacional, a economia brasileira continua crescendo gradualmente", informou o boletim. O documento também trouxe a informação de que condições mais favoráveis de oferta de alimentos devem influenciar, neste ano, a trajetória da inflação ao consumidor. "Esta dinâmica deverá se aprofundar nos próximos meses."

Acompanhe tudo sobre:Mercado financeiroEstatísticasIndicadores econômicosBanco CentralJurosSelicCopom

Mais de Mercados

Assembleia da ONU e relatório de receitas e despesas: o que move os mercados

Pfizer negocia compra de fabricante de remédio contra obesidade para competir com Ozempic

Buffett encerra participação na chinesa BYD após 17 anos de investimento

Ouro bate novo recorde com investidores de olho em cortes de juros nos EUA