A Gucci, que responde por boa parte das receitas da Kering, teve retração de 14% (Bobby Yip/Reuters)
Redatora
Publicado em 22 de outubro de 2025 às 18h23.
Última atualização em 22 de outubro de 2025 às 18h27.
A Kering divulgou resultados acima das expectativas no terceiro trimestre de 2025, mesmo com uma nova queda nas vendas da Gucci, sua principal marca. A receita do grupo totalizou 3,42 bilhões de euros (US$ 3,98 bilhões) entre julho e setembro, representando um recuo de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas superando a previsão de analistas, que estimavam queda próxima de 9,6%, segundo a Reuters.
A Gucci, que responde por boa parte das receitas da Kering, teve retração de 14% no período, marcando o sétimo trimestre consecutivo de recuo de dois dígitos. Apesar disso, a companhia observou uma melhora sequencial e desempenho acima do esperado em outras marcas, como Yves Saint Laurent e Bottega Veneta, que ajudaram a sustentar os resultados consolidados.
Foi o primeiro balanço trimestral sob comando de Luca de Meo, ex-Renault, contratado para acelerar a reestruturação da Kering após dois anos de queda nas vendas. O executivo afirmou em comunicado que, embora o grupo ainda esteja abaixo do desempenho médio do setor, há sinais de estabilização.
Desde o anúncio de sua chegada, as ações da Kering subiram cerca de 85%, superando o avanço de 12% do índice STOXX Europe Luxury 10, refletindo a aposta dos investidores em uma recuperação mais rápida da Gucci e em um novo foco na moda de luxo.
Como parte da estratégia de reposicionamento, a companhia anunciou nesta semana a venda de seu braço de beleza para a L’Oréal por US$ 4,7 bilhões, reforçando a intenção de cortar dívidas e direcionar recursos para o negócio principal de moda e acessórios.
À Reuters, a diretora financeira Armelle Poulou destacou que o desempenho na China mostrou melhora significativa, acompanhando o movimento observado em concorrentes como LVMH e Hermès. Segundo ela, “os resultados ainda são negativos, mas houve uma recuperação sequencial expressiva”.
O avanço do mercado chinês vem sendo acompanhado por uma retomada gradual da demanda global por produtos de luxo - isso após um ciclo de desaceleração prolongada entre consumidores de alta renda.