Klabin (KLBN11): companhia passa a ser a principal escolha no setor de materiais básicos da América Latina. (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Mercados
Publicado em 2 de julho de 2025 às 13h16.
Para o Bradesco BBI e Itaú BBA, a Klabin (KLBN11) passa a ser a principal escolha no setor de materiais básicos da América Latina. No BBI, a recomendação passa de “neutra” para “compra” e o preço-alvo para o final de 2025 passa para R$ 25 — antes de R$ 22,00. No BBA, a companhia entrou nas carteiras recomendadas do banco no lugar de Suzano (SUZB3).
As ações da produtora de papel estão especialmente atrativas devido à queda de 20% no ano até o momento, frente a uma valorização do índice Ibovespa de 15%, avaliam os analistas. A queda também é maior que a do setor de papel e celulose na América Latina, que foi de 7%. É momento ideal de ir às compras.
Empresas que vendem celulose tiveram um bom começo de ano, marcado pelas altas de preços na China e na Europa. Em meio à escalada da guerra comercial, no entanto, houve uma inversão de dinâmicas no segundo trimestre. Mas a expectativa é que os preços da celulose voltem a subir no quarto trimestre de 2025, ajudando a empresa a melhorar seus resultados.
Para chegar à nova recomendação, o BBI analisou a assimetria do papel, a diversificação dos negócios, o crescimento projetado de volume e Ebitda, a aceleração da geração de fluxo de caixa livre (FCF), fora um claro caminho para a desalavancagem.
Os analistas projetam um Ebitda estimado em R$ 8,5 bilhões para 2025 e R$ 9,9 bilhões em 2026. Isso significa um crescimento de 15% a 17% em relação ao ano anterior e um potencial de alta de 3% a 11% frente ao consenso atual.
Soma-se a isso o momento do mercado financeiro, que está se movendo em direção a empresas que têm uma maior exposição ao consumo doméstico. No caso da Klabin, cerca de 50% do seu Ebitda vem das vendas de papel e embalagens no Brasil.
“Destacamos também que a sensibilidade limitada da Klabin à valorização do real também reforça nossa mudança de preferência de Suzano para Klabin”, afirmam os analistas do BBI.
O relatório do Bradesco aponta que uma valorização do real de R$ 0,10 contra o dólar resultaria em uma redução de cerca 1% no Ebitda da Klabin no ano fiscal 2025. Na mesma variação do real, o Ebitda da Suzano seria afetado em cerca de 3%.
Às 13h13 (horário de Brasília), as ações da Klabin subiam 2,6%.