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Lucro do Banco do Brasil cai 60% no 3º tri: projeções são revisadas

A expectativa de lucro para o ano foi revisada para baixo: inadimplência do agro volta a crescer

BB: rentabilidade foi de 8,4% no trimestre (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

BB: rentabilidade foi de 8,4% no trimestre (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 12 de novembro de 2025 às 19h18.

O Banco do Brasil (BBAS3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,785 bilhões no terceiro trimestre de 2025, montante 60,2% menor que o registrado um ano antes, conforme balanço publicado nesta quarta-feira, 12.

Já o lucro líquido contábil caiu 66% na base anual, saindo de R$ 8,920 bilhões para R$ 3,028 bilhões.

O índice que mede o retorno sobre patrimônio do banco (ROE) ficou em 8,4% no trimestre, muito abaixo dos 21,1% de um ano antes. Na comparação com o segundo trimestre, ficou estável.

A margem financeira bruta do banco no terceiro trimestre foi de R$ 26,365 bilhões, com alta anual de 1,9%. A receita de prestação de serviços somou R$ 8,863 bilhões, com queda de 2,6%.

Indicadores de inadimplência

O indicador acima de 90 dias encerrou setembro em 4,93%, elevação de 72 bps na comparação com junho de 2025. A inadimplência da carteira agro atingiu 5,34%, aumento de 185 bps, principalmente na cultura da soja e nas regiões Centro-Oeste e Sul do país, além do efeito dos pedidos de recuperação judicial no segmento.

Já a carteira de pessoas físicas encerrou o período em 6,01%, elevação de 42 bps, influenciada, principalmente, pela sobreposição de operações realizadas com produtores rurais, e pela elevação da inadimplência na carteira renegociada e na linha de cartão de crédito.

A inadimplência da carteira de pessoas jurídicas, por sua vez, foi de 4,06%, redução de 12 bps.

O custo do crédito, por sua vez, subiu 45,2% de um ano para o outro para R$ 17,298 bilhões.

O Banco do Brasil terminou o trimestre com uma carteira de crédito expandida de R$ 1,278,6 trilhão, um incremento de 7,5% na comparação ano a ano. Do total, R$ 452,967 bilhões respondem a pessoas jurídicas, R$ 398,70 bilhões ao agronegócio e R$ 350,511 bilhões de pessoas físicas.

Projeções

O Banco do Brasil reduziu para a projeção de lucro líquido ajustado em 2025 de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões para entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões.

O custo do crédito também foi ajustado para cima, com projeções entre R$ R$ 59 bilhões e R$ 62 bilhões.

A margem financeira bruta foi mantida no intervalo entre R$ 102 bilhões e R$ 105 bilhões.

Nas demais linhas, o banco também manteve as projeções. A carteira de crédito total deve crescer entre 3% e 6%, com destaque para o segmento de pessoas físicas (alta entre 7% e 10%) e agronegócio (entre 3% e 6%). A carteira de empresas segue com projeção de expansão entre 0% e 3%, enquanto a carteira sustentável deve avançar entre 7% e 10%.

As receitas de prestação de serviços permanecem projetadas entre R$ 34,5 bilhões e R$ 36,5 bilhões, e as despesas administrativas entre R$ 38,5 bilhões e R$ 40 bilhões.

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