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Mercados globais oscilam após Trump anunciar tarifas de até 40%

Medida atinge 14 países da Ásia a partir de 1º de agosto; investidores monitoram negociações e aguardam temporada de balanços

Publicado em 8 de julho de 2025 às 06h29.

Os mercados internacionais operam com cautela nesta terça-feira, 8, em meio ao anúncio de novas tarifas comerciais dos Estados Unidos contra 14 países da Ásia e ao prolongamento do prazo para negociações. A decisão do presidente Donald Trump, comunicada na rede Truth Social, reacendeu temores sobre uma nova escalada protecionista.

No pacote, estão previstas tarifas de 25% a partir de 1º de agosto para bens exportados de Japão, Coreia do Sul, Malásia, Cazaquistão e Tunísia. Outros países da região da Ásia e do Pacífico também foram atingidos: Indonésia (32%), Bangladesh (35%), Camboja e Tailândia (36%), Laos e Mianmar (40%).

A extensão do prazo para início da cobrança das tarifas, inicialmente previsto para esta quarta-feira, 9, foi formalizada por ordem executiva assinada por Trump, sob alegação de “novas recomendações de altos assessores”. A medida dá mais tempo para negociações bilaterais e alimenta expectativas de revisões ou acordos pontuais.

Economistas do Citi observaram que a ausência de países como Taiwan, Índia, Filipinas, Sri Lanka e Paquistão nas listas divulgadas pode indicar espaço para novos acordos.

Apesar da nova ofensiva, analistas do Barclays alertam que revisões drásticas nas alíquotas ainda podem ocorrer nos próximos dias.

Bolsas asiáticas oscilam

Na Ásia, os índices reagiram com volatilidade. O Nikkei 225 fechou em alta de 0,26% em Tóquio, enquanto o Topix subiu 0,17%. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 1,81% e o Kosdaq, 0,74%. O CSI 300, da China continental, subiu 0,84% e o Hang Seng, de Hong Kong, teve ganho de 1,09%. Já na Austrália, o S&P/ASX 200 encerrou o dia estável, após o banco central manter os juros em 3,85%, contrariando expectativas de alta.

Nos Estados Unidos, os índices futuros operam próximos da estabilidade após forte queda na véspera. Por volta das 6h (horário de Brasília), o Dow Jones recuava 0,11%, enquanto o Nasdaq 100 subia 0,23% e o S&P 500 ganhava 0,09%. Na segunda-feira, o Dow caiu mais de 400 pontos, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq recuaram cerca de 0,8% e 0,9%, respectivamente.

A temporada de balanços que se inicia neste mês é vista por parte dos analistas como possível catalisador para a retomada da alta nos mercados americanos.

Na Europa, as bolsas operam sem tendência definida, com investidores monitorando as incertezas comerciais e as negociações entre EUA e União Europeia. O índice europeu Stoxx 600 recuava 0,01% às 6h (de Brasília), enquanto o DAX, da Alemanha, avançava 0,43%. O FTSE 100, do Reino Unido, subia 0,20%, e o CAC 40, da França, oscilava perto da estabilidade.

Em entrevista à CNBC, o ministro da Economia da Espanha, Carlos Cuerpo, disse estar otimista com um possível acordo comercial entre EUA e UE, mas reconheceu que “ainda há muito a fazer”.

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