Donald Trump: presidente americano ameaçou taxar semicondutores em até 100% para forçar produção nos EUA (Brendan Smialowski/AFP)
Redatora
Publicado em 7 de agosto de 2025 às 07h28.
Os mercados internacionais operam em alta nesta quinta-feira, 7, reagindo à nova rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump.
Investidores também monitoram os desdobramentos de uma possível reunião entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, além de balanços corporativos relevantes na Europa e nos EUA.
Na Ásia, o desempenho foi majoritariamente positivo, apesar do impacto das tarifas sobre o setor de tecnologia. O Nikkei 225 subiu 0,65% em Tóquio, enquanto o Topix avançou 0,72% e chegou a renovar máxima histórica durante o pregão.
Em Taiwan, as ações tiveram forte alta de mais de 2%, puxadas pelo setor de tecnologia. Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 0,92%, e o Kosdaq, 0,29%. Já o índice Hang Seng, em Hong Kong, ganhou 0,69%.
Na contramão, o S&P/ASX 200, da Austrália, caiu 0,14%, pressionado pela ameaça de tarifas de até 250% sobre medicamentos. O governo australiano classificou a medida como preocupante, citando possíveis impactos em empresas como a farmacêutica CSL.
Na Europa, os principais mercados abriram em alta. Por volta das 7h, o DAX, da Alemanha, subia 1,73%; o CAC 40, da França, ganhava 1,19%; e o pan-europeu Stoxx 600 avançava 0,85%. O FTSE 100, do Reino Unido, destoava com queda de 0,37%, em dia de expectativa por corte de juros pelo Banco da Inglaterra.
As ações de tecnologia europeias lideraram os ganhos com alívio após Trump afirmar que a tarifa de 100% sobre semicondutores não se aplicará a empresas que produzem nos EUA. Papéis de empresas como ASML, BE Semiconductor e SAP subiram mais de 2%.
Entre os destaques corporativos, a seguradora Allianz saltou 5,5% após lucro líquido subir 13% no segundo trimestre. A farmacêutica Sandoz avançava 6,8%, e a seguradora Zurich Insurance ganhava 1,5%. Do lado negativo, as operadoras de telecomunicações Freenet e Deutsche Telekom recuavam após resultados decepcionantes.
Na Suíça, o SMI subia 0,9% por volta das 10h10 em Londres, revertendo a queda da véspera. O avanço ocorre após o fracasso de uma missão diplomática em Washington, que deixou o país sujeito a tarifas de 39%. Analistas apontam que o governo suíço pode recorrer à OMC ou buscar concessões para retomar as negociações com os EUA.
Nos Estados Unidos, os futuros de ações operam em alta, com o Dow Jones subindo 0,53%, o S&P 500 ganhando 0,76% e o Nasdaq 100 avançando 0,78%, sustentados por resultados acima do esperado e pela sinalização de que algumas empresas serão poupadas das novas tarifas.
A Apple, que prometeu investir mais US$ 100 bilhões na produção doméstica, subia quase 3% no pré-mercado. A companhia já havia anunciado um plano de US$ 500 bilhões em fevereiro.
Investidores aguardam dados de seguro-desemprego, produtividade e custos trabalhistas nos EUA.
Antes da abertura dos mercados, estão previstos os balanços da farmacêutica Eli Lilly e da empresa de mídia Warner Bros. Discovery. Após o fechamento, será a vez da empresa de pagamentos Block e da plataforma digital Pinterest divulgarem seus resultados.