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Mercados internacionais oscilam de olho em China e piora nas projeções econômicas dos EUA

PMI do setor manufatureiro cai ao menor nível desde 2022; índices na Europa e EUA operam no vermelho em meio a tensões tarifárias e projeções econômicas mais fracas

Publicado em 3 de junho de 2025 às 06h03.

Os mercados internacionais operam sem direção definida nesta terça-feira, 3, com os investidores digerindo dados fracos da indústria chinesa, incertezas comerciais entre grandes potências e projeções econômicas mais cautelosas para a economia americana.

Na Ásia, o destaque foi a contração da atividade industrial na China, que em maio registrou o pior desempenho desde setembro de 2022, segundo o índice Caixin/S&P Global. O PMI caiu para 48,3, bem abaixo da expectativa de 50,6 e do nível de 50, que separa crescimento de retração. O resultado reflete, entre outros fatores, a queda nas encomendas de exportação, em meio ao aumento de tarifas dos Estados Unidos.

Apesar disso, o Hang Seng, de Hong Kong, liderou os ganhos na região, com alta de 1,53%, enquanto o CSI 300, que reúne os papéis mais negociados nas bolsas de Xangai e Shenzhen, subiu 0,31% em um pregão volátil.

No Japão, o Nikkei 225 encerrou estável e o Topix recuou 0,22%. Já o índice australiano S&P/ASX 200 avançou 0,63%, após atingir uma máxima em quase quatro meses. Na Índia, o Nifty 50 caiu 0,64% e o Sensex recuou 0,88%. Os mercados da Coreia do Sul ficaram fechados devido às eleições.

Europa em queda

As bolsas europeias abriram em alta, mas inverteram o sinal durante a manhã. O índice europeu Stoxx 600 recuava 0,2% às 4h30 (horário de Brasília), com os principais mercados, FTSE 100 (Reino Unido), CAC 40 (França) e DAX (Alemanha), operando em queda de cerca de 0,1%.

A tensão comercial voltou ao centro do radar após críticas da União Europeia à intenção do presidente dos EUA, Donald Trump, de dobrar as tarifas sobre o aço. O bloco indicou que pode adotar contramedidas.

No setor financeiro, investidores repercutem o anúncio do banco suíço Julius Baer, que prevê cortar cerca de US$ 160 milhões em custos até 2028, como parte de uma revisão estratégica.

Futuros nos EUA

Os índices futuros de ações dos Estados Unidos operam em queda após um início de mês positivo. No começo do dia, os futuros do S&P 500 recuavam 0,5%, os do Dow Jones caíam 0,49% e os do Nasdaq 100 perdiam 0,47%.

Apesar do otimismo recente com a possibilidade de um acordo comercial entre EUA e Índia, o clima entre Washington e Pequim se deteriorou. A China respondeu às acusações americanas de violar um acordo comercial temporário e culpou os EUA pela escalada nas tensões.

Além disso, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu suas previsões de crescimento global e dos EUA, citando os efeitos das tarifas, incertezas políticas e enfraquecimento da confiança empresarial.

A expectativa é que o PIB americano cresça apenas 1,6% em 2025, abaixo da projeção anterior de 2,2%. Para a inflação, a entidade elevou a estimativa para os EUA de 2,8% para 3,2%, podendo se aproximar de 4% até o fim do ano que vem.

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