Minerva: pressão de custos derrubou a linha final do balanço do 3º trimestre (Ernesto Reghran/Pulsar Imagens/Divulgação)
Editor de Invest
Publicado em 6 de novembro de 2025 às 11h30.
As ações do Minerva (BEEF3) operam com a maior baixa do Ibovespa nos negócios desta quinta-feira, 6. A companhia divulgou os resultados do terceiro trimestre de 2025 e trouxe números mistos, na avaliação dos analistas.
Pelo lado positivo, apresentou um crescimento robusto de receitas e fluxo de caixa livre que surpreendeu. Porém, também registrou uma queda inesperada de margens e lucro.
Às 11h23 (horário de Brasília), as ações do frigorífica recuavam quase 9%, a R$ 6,78.
O JP Morgan reconhece que a receita veio forte, com crescimento anual de 82%, ficando acima de R$ 15 bilhões e superando as projeções do banco. Uma demanda firme vindo da Ásia e de países do Nafta deu suporte às exportações, tanto em volumes quanto em faturamento.
Por outro lado, o lucro ficou abaixo da estimativa do JP Morgan, que observou uma contração de margens, possivelmente impactado por preços mais elevados do boi no Brasil e maiores custos operacionais no exterior.
O lucro líquido ficou 81% abaixo da estimativa do JP Morgan, com custos de financiamento elevados pressionando as margens.
"Os investidores vão ficar de olho na habilidade da gestão em conciliar geração de caixa com eficiência de custos nos próximos trimestres", escreveram os analistas do banco.
O Bradesco BBI tem percepção semelhante. "A margem bruta de 16,5%, com queda de 110 pontos-base em relação ao segundo trimestre, foi a principal ressalva, ficando 150 pontos abaixo da estimativa do BBI e contrastando com o que pareciam ser spreads favoráveis em toda a área de atuação da empresa", diz relatório divulgado após o balanço.
Os analistas do BBI admitem que as expectativas para os resultados do Minerva eram altas, mas avalia que, de maneira geral, o balanço veio sólido.
"O trimestre refletiu as tendências positivas no mercado de carne bovina da América Latina, particularmente a disponibilidade favorável de gado no Brasil, que sustentou volumes robustos e deve continuar no quarto trimestre de 2025, conforme indicado pelos dados de exportação de outubro", observa o BBI.
A casa também dá destaque à monetização de estoques da companhia, o que classifica como principal discussão do ano. A consequência disso é geração de caixa.
"Dito isso, ainda não temos visibilidade sobre a recorrência da geração de caixa incremental no futuro, que é o principal motivo pelo qual nossa recomendação neutra permanece inalterada", concluem os analistas do BBI.