Indústria automotiva: montadoras podem ter prejuízo de US$ 30 bilhões com tarifas (AFP)
Redatora
Publicado em 9 de outubro de 2025 às 05h49.
As principais montadoras globais, incluindo General Motors, Ford, Toyota, Honda, Hyundai, Kia, Volkswagen e Volvo, devem registrar um prejuízo de mais de US$ 30 bilhões nos lucros operacionais neste ano devido às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, segundo relatório da Moody’s Ratings e divulgado pelo Yahoo Finance.
O valor corresponde a mais de 20% do lucro operacional registrado pelas empresas no ano passado.
A análise da agência considera que as tarifas reduzirão as margens de lucro em 100 a 150 pontos-base. Apesar de alguns acordos comerciais com a União Europeia e o Japão oferecerem certa estabilidade, negociações com México, Canadá e Coreia do Sul permanecem incertas, aumentando a complexidade para as fabricantes.
Para reduzir o efeito das tarifas, as montadoras têm adotado medidas como a realocação de áreas de produção e ajustes na cadeia de suprimentos. A General Motors, por exemplo, planeja investir US$ 4 bilhões para aumentar a produção e incorporar novos veículos em suas fábricas nos EUA.
Segundo a Moody’s, essas medidas estruturais levam tempo para serem implementadas e podem exigir investimentos adicionais por parte das montadoras e fornecedores. Enquanto isso, ajustes mais imediatos incluem redução de comodidades nos veículos e aumento de preços, soluções mais simples de aplicar frente à incerteza tarifária.
Até mesmo a Tesla, que fabrica todos os veículos nos EUA, foi afetada por impostos sobre peças, incluindo baterias, estimando um aumento de custos de cerca de US$ 300 milhões nos trimestres seguintes.
O impacto tarifário acumulado até junho de 2025 das maiores montadoras que operam nos EUA foi estimado em aproximadamente US$ 11,7 bilhões, com Toyota, Volkswagen, GM, Ford e Honda entre as mais expostas.
A Moody’s prevê que, à medida que as montadoras ganhem clareza sobre os níveis tarifários futuros, continuarão implementando soluções estruturais de longo prazo, incluindo ajustes nas cadeias de suprimentos.