Repórter
Publicado em 21 de maio de 2025 às 06h14.
Última atualização em 21 de maio de 2025 às 06h15.
O Morgan Stanley (MS) revisou a perspectiva para os mercados americanos, destacando o enfraquecimento esperado do dólar americano nos próximos meses.
O banco prevê que o crescimento econômico dos EUA e o diferencial de juros em relação a outras economias do Grupo dos 10 irão diminuir, reduzindo a força da moeda norte-americana.
Ao mesmo tempo, o Morgan Stanley adotou uma postura mais otimista para as ações e títulos do Tesouro dos EUA.
A instituição elevou sua recomendação para o mercado americano e os títulos soberanos, saindo da posição neutra para overweight, de acordo com relatório assinado por Serena Tang, líder global de estratégia cross-asset. A expectativa é que o índice S&P 500 alcance 6.500 pontos até o segundo trimestre de 2026.
O banco projeta que os rendimentos dos títulos públicos permanecerão estáveis até o último trimestre deste ano, quando os investidores devem começar a precificar cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve para 2026. Isso deve levar o rendimento do título de 10 anos a cair para cerca de 3,45% até o segundo trimestre do próximo ano.
A mudança na visão do Morgan Stanley ocorre em meio a uma recuperação parcial dos mercados americanos, que sofreram pressões causadas pela guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump. Atualmente, os investidores acompanham as negociações tarifárias, os debates sobre o orçamento federal e as expectativas de cortes na política monetária.
O banco acredita que os mercados acionários dificilmente retornarão aos níveis mínimos registrados em abril, já que as quedas até então foram reações ao choque inicial das tarifas. Os estrategistas ressaltam que a agenda econômica futura tende a ser mais favorável, com cortes de juros capazes de sustentar valorizações acima da média.
O índice S&P 500 recuperou perdas recentes, fechando em 5.940 pontos, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro permanecem elevados, com o título de 10 anos cotado a 4,51%, em meio à preocupação com o aumento do déficit fiscal causado por cortes de impostos.
Apesar das incertezas políticas, a economia global permanece em expansão, embora com desaceleração no ritmo. O relatório destaca a expectativa de uma flexibilização monetária importante e benefícios advindos da desregulamentação.
Apesar do otimismo, o movimento conhecido como “Sell America” permanece forte, impulsionado pelo rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s, o que estimula a busca por ativos de maior risco, como ações de mercados emergentes e asiáticos.
Os estrategistas enfatizam a necessidade de proteção cambial, já que muitos investidores e instituições mantêm exposição ao dólar sem realizar hedge, o que pode aumentar a volatilidade.