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Na contramão de Wall Street, UBS rebaixa recomendação para ações americanas

Banco revisou sua recomendação após o último rali, enquanto grandes instituições elevaram previsões para o S&P 500

UBS (UBSG34)  (Arnd Wiegmann/File Photo/Reuters)

UBS (UBSG34) (Arnd Wiegmann/File Photo/Reuters)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 14 de maio de 2025 às 12h02.

Última atualização em 14 de maio de 2025 às 13h10.

O UBS Wealth rebaixou sua recomendação para ações dos Estados Unidos na terça-feira, 13, indo na direção oposta a outras instituições de Wall Street que têm elevado suas projeções para o mercado acionário americano.

O estrategista-chefe de investimentos da gestora, Mark Haefele, rebaixou os papéis americanos de "compra" para "neutro".

A decisão do UBS reverte a recomendação de compra feita em 10 de abril, logo após o presidente americano, Donald Trump, ter anunciado uma pausa de 90 dias na aplicação de várias tarifas que ele havia anunciado na semana anterior. De lá para cá, o S&P 500 subiu cerca de 11%.

O banco não está pessimista nem orientando seus clientes a vender ações americanas, mas sim "aproveitando" a valorização dos papéis após um período de excessivo pessimismo no início de abril, quando o governo dos EUA anunciou sua nova política tarifária.

O estrategista também relacionou a revisão ao grande salto nos preços das ações ocorrido após uma nova redução nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Na segunda-feira, os dois países anunciaram a suspensão mútua de tarifas por três meses, medida que impulsionou os mercados.

Haefele ponderou que, apesar do alívio no curto prazo, ainda há muitas incertezas no horizonte. “O tom construtivo de ambos os lados sugere disposição para seguir negociando, mas os desafios para firmar um acordo duradouro podem gerar episódios de volatilidade”, afirmou em nota.

Otimismo em Wall Street

Apesar do tom cauteloso, Haefele recomendou que os clientes mantenham uma alocação estratégica em ações americanas, com expectativa de alta nos próximos 12 meses.

Enquanto o UBS adota uma visão mais conservadora, outros nomes de peso em Wall Street estão ajustando para cima suas projeções.

David Kostin, estrategista-chefe de ações dos EUA no Goldman Sachs, elevou sua estimativa para o S&P 500 em 2025 de 5.900 para 6.100 pontos, citando tarifas mais baixas, melhora nas perspectivas de crescimento econômico e queda nas chances de recessão.

Já Ed Yardeni, presidente da Yardeni Research, também revisou para cima seu alvo para o índice, de 6.000 para 6.500 pontos. Para ele, a percepção sobre os impactos da política tarifária do presidente Trump tem mudado, favorecendo os mercados.

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