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Natura reduz em 84% prejuízo no 1º tri, mas Avon ainda enfrenta dificuldades

Vendas cresceram 48,5% puxadas especialmente pela marca principal do grupo; número de revendedoras cai

Natura: vendas do grupo avançaram 45,8%, para R$ 6,7 bilhões (Leandro Fonseca/Exame)

Natura: vendas do grupo avançaram 45,8%, para R$ 6,7 bilhões (Leandro Fonseca/Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 12 de maio de 2025 às 21h21.

A Natura &Co registrou uma queda de 84% em seu prejuízo no primeiro trimestre de 2025. A empresa de cosméticos registrou uma perda de R$ 151,5 milhões, bem abaixo dos R$ 935,1 milhões no mesmo período do ano anterior.

A melhora da última linha é explicada, em grande parte, pela melhora operacional. A Natura reportou um avanço de 45,8% em sua receita líquida, totalizando R$ 6,7 bilhões. Esse crescimento foi sustentado principalmente pelo bom desempenho das vendas da marca Natura, tanto no Brasil quanto nos mercados da América Latina, com crescimento de 8,6% e 38%, respectivamente.

No entanto, a companhia continua enfrentando dificuldades com a Avon no Brasil, onde as vendas recuaram 12%. O crescimento da categoria de fragrâncias foi mais do que compensado por um menor lançamento de SKUs de inovação durante o trimestre, impactando particularmente a categoria de maquiagem. Segundo a empresa, os investimentos em inovação ainda devem levar algum tempo a se refletir em crescimento de vendas.

Na América Latina, a Avon teve um desempenho mais positivo, com um crescimento de 12,4% nas vendas em moeda constante, totalizando R$ 1,4 bilhão.

Menos revendedoras

Embora a Natura tenha registrado crescimento de vendas em lojas físicas, um canal em que tem apostado grande parte de suas fichas, a empresa registrou queda na base de consultoras -- tanto no Brasil quanto na América Latina.

No Brasil, com uma política de crédito mais restritiva, o grupo viu uma redução da base de revendedoras. A empresa diz que, além disso, muitas consultoras mantinham estoques mais altos do que o normal após um forte desempenho no quarto trimestre de 2024, o que impactou tanto a atividade quanto a base de consultoras em janeiro e fevereiro.

Como resultado, as vendas da Avon no Brasil apresentaram um recuo no trimestre. A administração já implementou medidas para estabilizar a situação, mas os resultados ainda podem demorar para se refletir de forma efetiva.

A base de revendedoras na América Latina também foi impactada, com uma redução de -9,2%, especialmente nos mercados de Argentina e México, devido à implementação da Onda 2. A companhia segue reestruturando suas operações para melhorar sua rentabilidade na região.

Qual o futuro da Avon International?

No que diz respeito à Avon International, os resultados continuam abaixo do esperado, pressionando as margens e o fluxo de caixa. A companhia registrou um EBITDA recorrente de R$ 24 milhões, o que reflete a pressão sobre a rentabilidade devido à contínua queda de desempenho da marca nos mercados internacionais.

As margens da Avon International também permaneceram apertadas, e a empresa continua buscando maneiras de reverter esse quadro.

Em nota, a administração da Natura &Co ressaltou que “a simplificação da companhia continua sendo prioridade estratégica, à medida que seguimos concentrando nosso foco na América Latina. Seguimos também avaliando oportunidades estratégicas para a Avon International, incluindo um potencial desinvestimento".

 

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