Donald Trump (EUA) e Xi Jinping (China) (SAUL LOEB/AFP)
Redatora
Publicado em 9 de junho de 2025 às 07h59.
O mercado financeiro brasileiro começa a semana focado nas medidas econômicas apresentadas no domingo, 8, à noite pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião que durou mais de quatro horas com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, David Alcolumbre, além de líderes da base aliada.
O principal destaque foi a revisão do decreto do IOF, que será recalibrado com uma redução “significativa” das alíquotas inicialmente propostas. Além disso, o governo deve editar uma Medida Provisória para disciplinar a arrecadação e corrigir distorções relacionadas a créditos, títulos e outros temas, que deixarão de ser isentos, mas terão uma alíquota “bastante incentivada” de 5%.
As medidas devem ser encaminhadas ao presidente Lula já na terça-feira pela manhã, com os textos finais do novo decreto do IOF e da Medida Provisória, ambos essenciais para o cumprimento da meta de déficit primário zero neste ano.
Na agenda doméstica, o dia traz indicadores importantes: às 8h, a prévia do IPC-S pela FGV; às 8h25, a Pesquisa Focus do Banco Central; e às 15h, a balança comercial semanal divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior.
No cenário internacional, a atenção se volta para os Estados Unidos e a China. Um final de semana de protestos em Los Angeles, com manifestantes ateando fogo em veículos em reação à política de imigração do governo Trump, reacende a tensão política.
Essa nova crise ocorre às vésperas da reunião em Londres entre representantes comerciais americanos e chineses, que buscam avançar em uma pauta difícil, envolvendo minerais raros e restrições de Washington à venda de softwares chineses, sem garantia de acordo.
Nos Estados Unidos, são aguardados indicadores relevantes ao longo do dia: estoques no atacado em abril, às 11h, e, às 12h, o Fed de Nova York divulga as expectativas de inflação em maio.
No exterior, os mercados asiáticos encerraram o dia em alta, embalados pela expectativa em torno da reunião entre autoridades dos Estados Unidos e da China, que ocorre nesta segunda-feira em Londres.
Mesmo diante de dados mistos da economia chinesa, com inflação abaixo do esperado e queda nas exportações, clima foi de alívio, impulsionado por sinais de trégua nas tensões comerciais. A autorização temporária para exportações de terras raras pela China e a retomada das entregas da Boeing ao país asiático ajudaram a sustentar o apetite por risco.
Destaque para o avanço de 1,63% do Hang Seng, em Hong Kong, puxado por ações de tecnologia, e para o Nikkei 225, no Japão, que subiu 0,92% após a revisão do PIB do primeiro trimestre, agora com contração menor que a estimada anteriormente. Também registraram ganhos os índices sul-coreanos Kospi (+1,55%) e Kosdaq (+1,06%). O mercado da Austrália permaneceu fechado devido a um feriado local.
Na Europa, as bolsas operam em leve queda por volta das 7h50 (horário de Brasília), com os investidores acompanhando de perto os desdobramentos das negociações entre Washington e Pequim. O índice Stoxx 600 recuava 0,15%, o CAC 40, de Paris, caía 0,19%, o FTSE 100, de Londres, perdia 0,12%, e o DAX, de Frankfurt, registrava baixa de 0,45%. No noticiário corporativo, o destaque foi a disparada das ações da britânica Alphawave, após o anúncio de sua aquisição pela Qualcomm por US$ 2,4 bilhões.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operam praticamente estáveis. O Dow Jones subia 0,05%, o S&P 500 tinha alta de 0,05%, enquanto o Nasdaq recuava 0,04%. A semana será marcada pela divulgação de dados de inflação e pela conferência anual da Apple, a WWDC.