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Nelson Tanure contrata banco francês para tentar comprar Braskem

Empresário estrutura proposta com apoio do Rothschild & Co para assumir controle da petroquímica

Publicado em 15 de junho de 2025 às 09h51.

Última atualização em 15 de junho de 2025 às 10h33.

O empresário Nelson Tanure contratou o banco francês Rothschild & Co para estruturar uma oferta de aquisição pela Braskem (BRKM5). A contratação do banco visa renegociar dívidas da Odebrecht com as instituições financeiras e da Braskem com os detentores de títulos de dívida.

A informação, revelada inicialmente pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, foi confirmada à EXAME. A expectativa é que uma proposta formal seja apresentada dentro de 15 a 20 dias.

Oferta em análise pela Novonor

A Novonor, antiga Odebrecht, confirmou recentemente que recebeu uma proposta para a aquisição de sua participação na Braskem. A holding é atualmente a maior acionista da petroquímica, com 50,1% das ações com direito a voto.

A proposta foi feita por um veículo de investimento controlado por Tanure, chamado fundo Petroquímica Verde. Segundo a Novonor, o conteúdo da oferta está sob análise e ainda depende das condições usuais de uma negociação dessa magnitude.

A Petrobras, que detém o restante das ações com direito a voto, também precisará participar de qualquer eventual mudança de controle. Além disso, os principais bancos credores — Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES — devem ser envolvidos na operação.

Visão de longo prazo e ambição verde

Em nota enviada à EXAME no final de maio, Tanure afirmou que a proposta "tem como objetivo contribuir com a estabilidade e o futuro dessa companhia estratégica para o Brasil". Ele destacou o compromisso com o longo prazo, a indústria nacional e a construção de uma Braskem "mais forte, inovadora e alinhada aos desafios da nova economia".

“Acreditamos que a Braskem pode alcançar a quarta posição global e se tornar a primeira petroquímica verde do mundo”, afirma a nota, que também reconhece o papel da família Odebrecht na fundação e crescimento da empresa até sua atual posição de sexta maior petroquímica global.

A Braskem encerrou o primeiro trimestre com uma dívida líquida de US$ 6,6 bilhões — um aumento de 25% em relação ao mesmo período de 2024. O endividamento elevado adiciona obstáculos à operação, tanto na análise de risco por investidores quanto nas eventuais exigências dos credores para aprovar a venda.

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