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Nordisk e Eli Lilly têm queda nas ações após acordo com Trump para baratear remédios

Ações da Novo caíram 3,7%, enquanto as da Lilly registraram queda de 2,7%

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 7 de novembro de 2025 às 16h31.

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As ações da Novo Nordisk e da Eli Lilly sofreram uma queda nesta sexta-feira, 7, após as empresas chegarem a um acordo com o governo dos Estados Unidos para reduzir os preços de seus medicamentos para emagrecimento à base de GLP-1.

As ações da Novo caíram 3,7%, atingindo o nível mais baixo desde a nomeação de Mike Doustdar como CEO, em 7 de agosto. Já as ações da Eli Lilly registraram queda de 2,7%.

Anunciado na quinta-feira, o acordo envolve os produtos Wegovy, da Novo, e Zepbound, da Lilly, que terão seus preços mensais reduzidos para valores entre US$ 149 e US$ 350 nos programas governamentais, como Medicare e Medicaid, além de pacientes particulares. Anteriormente, esses preços variavam de US$ 500 a US$ 1.000.

O acordo também garante que essas empresas fiquem isentas de tarifas por um período de três anos.

Quais são os impactos no longo e curto prazo?

A Novo Nordisk declarou que, apesar da redução de preços ter um impacto negativo de "um dígito baixo" no crescimento das vendas globais no próximo ano, a expectativa é de um aumento nas vendas no médio e longo prazo, especialmente devido ao volume maior de pacientes no Medicare.

Por outro lado, o CEO da Eli Lilly, David Ricks, afirmou à Reuters que o preço líquido do Zepbound, para os programas governamentais, será de US$ 245. Ele comparou esse valor ao medicamento Mounjaro, para diabetes, que tem o mesmo princípio ativo, destacando um desconto de 20% a 35%.

Ricks também afirmou que, mesmo com a redução dos preços, o aumento do acesso ao medicamento para obesidade deve resultar em um crescimento nas vendas.

A guerra entra as farmacêuticas

A Novo Nordisk enfrenta agora uma concorrência mais acirrada com o Zepbound da Lilly, além de medicamentos genéricos manipulados para a perda de peso.

Com o lançamento do Wegovy em 2021, a Novo Nordisk foi pioneira neste mercado e chegou a ser a empresa mais valiosa da Europa por um breve período, impulsionada pela alta demanda. Contudo, desde o ano passado, viu seu valor de mercado despencar em até 70%, principalmente devido a restrições de fornecimento e desafios comerciais.

Por outro lado, a queda das ações da Lilly nesta sexta-feira refletem a obtenção de lucros por parte dos investidores, segundo Kevin Gade, diretor de operações da Bahl and Gaynor, em entrevista à Reuters.

"A impressão inicial é de que as concessões de preço dos medicamentos da Lilly para o Medicare e o Medicaid serão mais do que compensadas pelos ganhos de volume e pelo valor líquido do orforglipron (medicamento para obesidade)", disse Gade, que possui ações da Lilly.

A Lilly também informou que o preço da dose mais baixa do Zepbound será de US$ 299 por mês, com doses mais altas chegando a US$ 449 para pacientes que pagam em dinheiro, representando um desconto de US$ 50 em relação aos preços atuais.

Maior acesso a pílulas de emagrecimento

O acordo também prevê a comercialização das novas pílulas para perda de peso que ambas as empresas estão desenvolvendo, com preços a partir de US$ 149 por mês, disponíveis para programas governamentais e através do site TrumpRx da Casa Branca, sujeito a aprovação regulatória.

A FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) já confirmou que as pílulas estão sendo analisadas antes de passar por uma última etapa de testes, antes da aprovação.

Enquanto a Novo espera uma decisão da FDA até o final de 2025, a Lilly antecipa que sua pílula para obesidade, orforglipron, será aprovada até março.

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