Para uma ação ser incluída no Ibovespa ou no Small Caps, é necessário que atenda a critérios rigorosos de negociabilidade, frequência de negociação e tamanho de mercado (Eduardo Frazão/Exame)
Repórter de mercados
Publicado em 15 de julho de 2025 às 11h24.
A B3 (B3SA3) vai divulgar no dia 1º de agosto a primeira prévia dos índices para o período de setembro a dezembro de 2025.
O BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) prevê que a construtora Cury (CURY3) será incluída no índice Ibovespa com 0,19% de peso, o que resultará em uma pressão de compra equivalente a 1,4 vezes dias de negociação.
Por outro lado, Petz (PETZ3) e São Martinho (SMTO3) devem ser excluídas do índice, com os analistas do banco calculando uma pressão de venda que pode alcançar 0,9 vez e 1,6 vezes dias de negociação, respectivamente.
O Ibovespa tem sido historicamente um índice concentrado, com as 10 maiores ações representando mais de 50% do peso total. No entanto, os analistas do BTG observaram que entre janeiro de 2019 e setembro de 2021, o índice passou por uma "desconcentração saudável", com a participação das 10 maiores ações caindo de 61% para 47%.
Em janeiro de 2023, a concentração aumentou novamente para 53%, permanecendo estável em torno desse valor durante cinco períodos de reequilíbrio. Contudo, a concentração voltou a cair no último reequilíbrio de maio de 2025, chegando a 49%, o que pode indicar uma nova tendência de diversificação no índice.
Em relação ao IBrX-50, que reúne os 50 ativos de maior representatividade do mercado, o BTG Pactual espera que as principais adições incluam Bradesco (BBDC3), Marcopolo (POMO4) e Cogna (COGN3). Em contrapartida, as ações de JBS (JBSS32), Carrefour Brasil (CRFB3) e Azul (AZUL4) devem sair do índice. A JBS foi convertida em BDRs após a listagem nos Estados Unidos, Carrefour Brasil foi deslistada, e Azul entrou em processo de recuperação judicial sob o Chapter 11 nos Estados Unidos.
As três últimas empresas também não estarão mais no IBrX-100, juntamente com Oncoclínicas (ONCO3), que foi excluída por questões de negociabilidade. Em contrapartida, SRNA3 (Serena Energia), RAPT4 (Randon), ANIM3 (Ânima) e INTB3 (Intelbras) devem ser as novas adições ao IBrX-100, reforçando a presença de empresas com bom desempenho no setor energético, educacional e de tecnologia.
O índice de small caps (SMLL) também deve sofrer mudanças significativas. O BTG Pactual estima que as ações da Automob (AMOB3) e Track&Field (TFCO4) sejam adicionadas ao índice. A AMOB3, que anteriormente era considerada uma "penny stock" (negociada abaixo de R$1), agora é negociada acima de R$ 10, após o grupamento de ações em abril, e com isso deve voltar ao Ibovespa. Já TFCO4 deve ser incluída no SMLL devido à melhora em sua negociabilidade.
Por outro lado, OceanPact (OPCT3), Jalles (JALL3), Dasa (DASA3) e Aeris (AERI3) devem ser excluídas do índice devido à deterioração dos seus índices de negociabilidade. A Multilaser (MLAS3) está próxima da linha de saída, o que também reflete a mudança nas métricas de desempenho.
Para uma ação ser incluída no Ibovespa ou no Small Caps, é necessário que atenda a critérios de frequência de negociação e tamanho de mercado. A exclusão ocorre quando uma ação deixa de atender a pelo menos dois desses critérios ou quando se torna uma "penny stock" ou se encontra em situações especiais como recuperação judicial ou falência.