Mercados

Novo presidente na Vale, resolve?

Murilo Ferreira deixará a presidência da mineradora Vale. A notícia que rondou o mercado nesta segunda-feira confirma uma suspeita anterior. Desde que o processo de impeachment de Dilma Rousseff começou a ganhar força, em abril, despontam informações de que o presidente Michel Temer quer trocar o comando da companhia. Desta vez, a informação veio do […]

MINÉRIO: alta de 1,02% nos preços da commodity impulsionaram ações como da mineradora Vale e da siderúrgica CSN /  (Germano Lüders/Site Exame)

MINÉRIO: alta de 1,02% nos preços da commodity impulsionaram ações como da mineradora Vale e da siderúrgica CSN / (Germano Lüders/Site Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2016 às 18h58.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h10.

Murilo Ferreira deixará a presidência da mineradora Vale. A notícia que rondou o mercado nesta segunda-feira confirma uma suspeita anterior. Desde que o processo de impeachment de Dilma Rousseff começou a ganhar força, em abril, despontam informações de que o presidente Michel Temer quer trocar o comando da companhia.

Desta vez, a informação veio do blog do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Segundo ele, Temer quer usar sua influência política para garantir que Murilo não tenha seu mandato renovado após o término de seu contrato, em maio do ano que vem. Mas afinal, isso seria bom ou ruim para a companhia e seus acionistas?

A influência política sobre a gestão das empresas, como os investidores bem sabem, não é algo bom. Mas é verdade também que Ferreira chegou a presidência com a ajuda da então presidente Dilma Rousseff. Influências políticas à parte, a gestão atual é bem vista pelo mercado. “O Murilo está focado na redução de gastos e em ativos que geram retorno para a empresa”, afirma Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos.

Sob a administração de Ferreira, a perspectiva de melhora econômica do país e a alta do minério de ferro — que chegou aos 40 dólares no fim do ano passado e agora está em torno de 56 dólares — fizeram com que a companhia recuperasse parte do brilho aos olhos do mercado. As ações ordinárias e preferenciais da companhia estão hoje próximas aos patamares de um ano atrás — antes do rompimento da barragem da Samarco, em novembro, da qual a Vale detém 50%.

A Samarco, aliás, é a maior dor de cabeça da companhia. Sem conseguir as licenças necessárias para voltar a operar, o dinheiro em caixa se esgotou e no fim de setembro a companhia deixou de honrar 13,4 milhões de dólares em dívidas que agora tenta renegociar. A dívida total da mineradora com bancos e detentores de bônus soma 2 bilhões de dólares. O temor é de que esta dívida e as indenizações que a empresa tem a pagar, que passam dos 20 bilhões de reais, sobrem para a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, que controla a empresa juntamente com a brasileira. A situação da companhia tem tudo para continuar incomodando os acionistas e o presidente da Vale, seja ele Murilo Ferreira ou não.

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeÀs Sete

Mais de Mercados

Lucro da B3 sobe para R$ 1,2 bilhão no 3º tri, mas principal linha de receita recua

Dividendos mais altos? Reforma tributária pode antecipar distribuições, diz Bofa

Disney está perdendo milhões de dólares por dia devido ao bloqueio do YouTube TV

Microsoft e Google vão investir US$ 16 bilhões em IA na Europa