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Nvidia e AMD disputam preferência da Oracle na venda de chips de IA: quem está ganhando?

Empresa de Jensen Huang forneceu chips usados no desenvolvimento do ChatGPT; com aumento de capacidade computacional, OpenAI alega que precisará comprar de outros fornecedores

Arm: monopólio na indústria de chips para smartphones sustenta crescimento baixo ao longo dos próximos anos (mailsonpignata / 500px/Getty Images)

Arm: monopólio na indústria de chips para smartphones sustenta crescimento baixo ao longo dos próximos anos (mailsonpignata / 500px/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 06h00.

O mercado de chips aceleradores vive uma alta impulsionada pela corrida global por inteligência artificial (IA), com estimativas de gastos em infraestrutura superando US$ 1 trilhão nesta década, segundo a empresa de consultoria Gartner. Nesse cenário, a disputa entre Nvidia e Advanced Micro Devices (AMD) se intensifica, especialmente após anúncios recentes.

Na semana passada, a AMD firmou um acordo com a OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, para fornecer 6 gigawatts em GPUs nos próximos anos, um contrato que pode gerar dezenas de bilhões de dólares em receita para a companhia, segundo executivos. O movimento marca a tentativa da AMD de recuperar fôlego em áreas como IA e data centers, setores que a Nvidia assumiu domínio.

Historicamente, a companhia de Jensen Huang manteve forte ligação com a OpenAI, já que foram os chips da Nvidia que foram usados no desenvolvimento do ChatGPT.

Novo capítulo

A disputa ganhou novo capítulo nesta terça-feira (14), quando a Oracle, empresa de computação em nuvem, anunciou que será parceira de lançamento do primeiro “supercluster” público de IA, alimentado pelos novos processadores Instinct MI450 da AMD. A implantação de 50 mil chips está prevista para o terceiro trimestre de 2026.

O anúncio reacendeu preocupação dos investidores da Nvidia, cujo os papéis fecharam a terça-feira em baixa de 4,4%, cotados a US$ 180,03, após alta de 2,8% na segunda-feira. Por outro lado, as ações da AMD subiram 0,77%, um ganho moderado, ainda que refletindo expectativas de maior participação no mercado de chips de IA, hoje dominado pela rival.

A série MI400, que inclui o MI450, será a primeira oferta de servidores de IA em escala de rack da AMD, com 72 processadores por unidade, tornando a empresa uma concorrente mais direta da Nvidia.

Entre outras fabricantes de chips, as ações da Broadcom recuaram 3,5%, após alta de quase 10% no dia anterior, quando a empresa anunciou uma parceria com a OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, para desenvolver e operar 10 gigawatts de aceleradores de IA personalizados.

“Essa demanda por capacidade computacional deve levar outras empresas a aumentarem seus planos de investimento, já que precisam competir também — clientes da Broadcom, como Meta e Google, provavelmente vão gastar mais do que o previsto”, escreveu o analista Ben Reitzes, da Melius Research, em relatório obtido pelo Barrons. “Se você não tem poder de computação, não tem chance. Nesse sentido, Broadcom, Nvidia e AMD podem todas sair ganhando.”

Em resposta, a Nvidia anunciou na noite de segunda-feira o início das entregas do DGX Spark, descrito como o “menor supercomputador de IA do mundo”. O equipamento permitirá que desenvolvedores criem agentes de IA — programas capazes de seguir instruções simples e executar tarefas em múltiplas etapas — e rodem softwares avançados localmente, sem depender da nuvem.

O movimento de AMD e Nvidia evidencia que a corrida por infraestrutura de IA está longe de ter um vencedor definido. Com contratos estratégicos e novos lançamentos, as gigantes de chips disputam não apenas participação de mercado, mas também a definição de padrões tecnológicos para a próxima geração de inteligência artificial.

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