Elon Musk: mais rico do mundo pode ficar ainda mais rico (Montagem/EXAME/Wikimedia Commons)
Repórter
Publicado em 7 de novembro de 2025 às 05h59.
Última atualização em 7 de novembro de 2025 às 07h23.
A pessoa mais rica do mundo pode se tornar, em breve, ainda mais rica. Elon Musk, CEO de empresas como a Tesla (TSLA), SpaceX e X (o antigo Twitter), teve um pacote de remuneração de US$ 1 trilhão aprovado na quinta-feira, 7, o que o coloca em direção ao posto de primeiro trilionário da história.
Às 5h25, no horário de Brasília, a fortuna de Musk flertava com meio trilhão de dólares — marco já atingido por ele no começo de outubro deste ano.
Segundo o índice de bilionários da Forbes, o (ainda) bilionário tinha uma riqueza estimada em US$ 491 bilhões. Já a Bloomberg aponta que a fortuna do sul-africano está na casa dos US$ 482 bilhões.
*:first-child]:mt-0">
Ou seja, Musk precisaria aumentar sua fortuna em aproximadamente US$ 509 bilhões a US$ 518 bilhões para se tornar o primeiro trilionário. Algo que, para ele, pode não ser tão impossível assim.
Na quinta, o quadro de acionistas da Tesla aprovou o maior pacote de remuneração corporativa da história para Musk, com mais de 75% de apoio.
A decisão fortalece o plano do CEO de transformar a montadora de carros elétricos em uma potência de inteligência artificial e robótica.
Musk poderá receber até US$ 1 trilhão em ações nos próximos dez anos, embora pagamentos obrigatórios reduzam o valor final para cerca de US$ 878 bilhões. A votação ocorreu durante a assembleia anual da companhia, na fábrica da Tesla em Austin, Texas, onde Musk subiu ao palco ao lado de robôs dançantes.
Segundo o conselho, a remuneração é vista como essencial para reter Musk na liderança da empresa. Apesar de críticas sobre os custos elevados e a ausência de necessidade de um novo pacote, muitos investidores enxergam o plano como uma forma de garantir retornos vinculados a metas ambiciosas.
Entre as promessas feitas por Musk no evento, estão o início da produção do Cybercab — um robotáxi de dois lugares sem volante — já em abril, e o lançamento do próximo modelo do Roadster, carro esportivo elétrico da Tesla.
Ele também afirmou que a companhia deverá construir uma “gigantesca fábrica de chips” para abastecer seus projetos de IA, possivelmente em parceria com a Intel.
Os acionistas também aprovaram o investimento da Tesla na xAI, startup de inteligência artificial fundada por Musk.
Embora a proposta tenha sido aprovada, um número expressivo de abstenções indica cautela por parte de grandes investidores, segundo Jessica McDougall, da Longacre Square. A preocupação gira em torno da necessidade de limites claros entre os negócios de Musk.
As apostas de que Musk deve se tornar o primeiro trilionário do mundo são altas já há algum tempo.
Em janeiro, a Oxfam publicou seu relatório anual de desigualdade revelando que o CEO da Tesla e da SpaceX pode ultrapassar a marca de US$ 1 trilhão em menos de cinco anos. Com um pacote de remuneração trilionário, Musk agora fica ainda mais próximo do recorde.
A projeção, baseada em dados da Forbes, aponta que Musk será seguido por outros quatro nomes na próxima década: Jeff Bezos (Amazon), Larry Ellison (Oracle), Mark Zuckerberg (Meta) e Bernard Arnault e família (LVMH).
Segundo dados da Bloomberg, a riqueza de Musk teve um crescimento explosivo nos últimos dez anos. Seu patrimônio líquido saltou de cerca de US$ 12 bilhões em 2015 para US$ 482 bilhões em novembro de 2025 — um aumento de aproximadamente US$ 470 bilhões, equivalente a uma alta de cerca de 39.167% em uma década.
2015–2019: a fortuna de Musk permaneceu relativamente estável, variando entre US$ 10,7 bilhões e US$ 22,3 bilhões. Em 2017, ele atingiu US$ 21,3 bilhões, impulsionado pela valorização da SpaceX após novas rodadas de captação.
2020 — o ponto de virada: o patrimônio de Musk disparou para US$ 177 bilhões até o fim do ano, um ganho de cerca de US$ 155 bilhões em apenas 12 meses. O salto foi resultado direto da alta expressiva das ações da Tesla e da entrada da empresa no índice S&P 500. Em dezembro daquele ano, Musk alcançou US$ 155 bilhões e chegou a ultrapassar brevemente Jeff Bezos no ranking global.
2021–2023 — anos de volatilidade: a fortuna atingiu um pico de US$ 219 bilhões em 2022, mas recuou para US$ 180 bilhões em 2023, refletindo as oscilações nas ações da Tesla.
2024–2025 — o auge: em dezembro de 2024, Musk atingiu seu maior valor registrado até hoje, com US$ 486 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index. O avanço foi impulsionado pela valorização de 65% das ações da Tesla após a eleição presidencial nos Estados Unidos e pela avaliação da SpaceX, que chegou a US$ 350 bilhões.
Para calcular o patrimônio líquido do homem mais rico do mundo e de outros bilionários, sites como a Forbes e a Bloomberg combinam dados públicos e análises especializadas.
As estimativas de fortuna consideram o valor total dos ativos do indivíduo — como participações em empresas, imóveis, obras de arte e dinheiro em caixa — subtraindo as dívidas e outras obrigações financeiras.
Na Forbes, participações em companhias listadas na bolsa são avaliadas com base em documentos da SEC e preços de ações. Já para empresas privadas, o processo exige entrevistas com sócios, concorrentes, consultores financeiros e análise de dados de mercado.
Também entram na conta: imóveis, terras, coleções de arte, aviões, iates e joias. Esses itens são avaliados com base em vendas recentes e registros públicos. Após reunir todas as informações, a Forbes subtrai dívidas declaradas para estimar o valor líquido final.
A Bloomberg segue uma metodologia similar, mas com algumas particularidades: atualiza os números diariamente, às 17h30 (no horário de Nova York), com base na variação das ações. Para ativos privados, utiliza fontes como registros judiciais, reportagens e documentos empresariais.
Diferente da Forbes, a Bloomberg aplica descontos com base nas alíquotas máximas de impostos sobre renda, dividendos e ganhos de capital, dependendo do país de residência do bilionário. Também estima o retorno dos investimentos em dinheiro e ativos líquidos, considerando uma combinação de ações, títulos públicos e commodities.
No caso de fortunas familiares, a Bloomberg atribui o valor ao membro da família que tem controle direto dos ativos, mesmo que eles estejam registrados em nome de parentes.