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O melhor da bolsa brasileira já passou, diz gestor da SPX Capital

Se até então, todas as ações negociadas tinham potencial de crescimento, agora, o momento demanda que o investidor escolha melhor os papéis em carteira

Bolsa brasileira: expectativa é que sejam emitidos 200 bilhões de reais em ofertas primárias e secundárias (Cris Faga/Getty Images)

Bolsa brasileira: expectativa é que sejam emitidos 200 bilhões de reais em ofertas primárias e secundárias (Cris Faga/Getty Images)

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Natália Flach

Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 15h53.

Última atualização em 28 de janeiro de 2020 às 15h55.

São Paulo - Chegou ao fim a fase na qual todas as ações negociadas na bolsa brasileira eram um bom investimento. Agora, é a  hora de escolher os papéis vencedores. Essa é a opinião de Leonardo Linhares, sócio da gestora SPX. "Cerca de 60% das ações estão caras, então, pode-se dizer como um todo que a bolsa brasileira está cara", afirmou o executivo. "Provavelmente, o melhor já passou."

Cássio Bruno, sócio fundador da Moat Capital, concorda que o momento é de fazer melhores escolhas (chamado no jargão de mercado de stock-picking). "Nos últimos anos, podia-se comprar qualquer coisa que subia, agora, isso não é mais verdade. Tem que tomar cuidado no que vai se investir, porque vamos ver ações com menos múltiplos e com menos lucros", disse. "Mas de um modo geral acho que a bolsa está barata."

Para Carlos Eduardo Rocha (Duda), que comanda a Occam Brasil, os investidores internacionais ainda não vieram para a bolsa brasileira não porque esteja cara ou não apresente potencial de alta, mas porque dão preferência a países que geram crescimento mais consistente, como os asiáticos. "O Brasil precisa crescer de 2% a 3%", afirmou. Mas, para ele, o mercado acionário ainda não foi totalmente precificado como investimento de longo prazo.

"Não acho que a B3 é a mais cara do mundo: de fato, tem alguns papéis com precificação alta. Os juros estão indo para 4% e o risco de prêmio, nesse caso, é de algo ao redor de 8%. Por isso, acreditamos que o retorno médio das empresas vai ficar em 10%, mas, para nós, não faz sentido comprar papéis que tenham menos de 15% de retorno esperado", acrescenta Rocha.

Segundo Linhares, a expectativa é boa, já que devem vir a mercado 200 bilhões de reais com novas emissões primárias e secundárias de ações. "No momento, estamos de olho nas decepções, empresas que foram muito descontadas, apesar de ter boas perspectivas. É o caso da Eletrobras e da B3, que foi muito descontada por causa da competição."

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