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O que esperar do balanço da Tesla após trimestres turbulentos?

Além de esperar vendas melhores, investidores vão acompanhar temas que correm em paralelo e devem ganhar relevância no negócio da companhia, como robótica, autonomia veicular e inteligência artificial

A member of the media test drives a Tesla Motors Inc. Model S car equipped with Autopilot in Palo Alto, California, U.S., on Wednesday, Oct. 14, 2015. Tesla Motors Inc. will begin rolling out the first version of its highly anticipated "autopilot" features to owners of its all-electric Model S sedan Thursday. Autopilot is a step toward the vision of autonomous or self-driving cars, and includes features like automatic lane changing and the ability of the Model S to parallel park for you. Photographer: David Paul Morris/Bloomberg via Getty Images (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

A member of the media test drives a Tesla Motors Inc. Model S car equipped with Autopilot in Palo Alto, California, U.S., on Wednesday, Oct. 14, 2015. Tesla Motors Inc. will begin rolling out the first version of its highly anticipated "autopilot" features to owners of its all-electric Model S sedan Thursday. Autopilot is a step toward the vision of autonomous or self-driving cars, and includes features like automatic lane changing and the ability of the Model S to parallel park for you. Photographer: David Paul Morris/Bloomberg via Getty Images (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 22 de outubro de 2025 às 06h00.

Após alguns trimestres difíceis, o balanço do terceiro trimestre da Tesla, previsto para esta quarta-feira (22), deve mostrar sinais de estabilização da demanda, com entregas acima do esperado impulsionadas por consumidores antecipando compras antes do fim dos créditos fiscais nos EUA e pela retomada das vendas na China.

Na avaliação da Wedbush, o mercado também deve olhar de perto a atualização de seu SUV, o Model Y. No curto prazo, ventos contrários ainda existem, como o fim dos incentivos fiscais nos EUA e a fraca demanda na Europa.

Mas o grande foco dos investidores continua sendo o futuro da Tesla, centrado em inteligência artificial, autonomia veicular e robótica, áreas que podem definir o próximo ciclo de crescimento da companhia.

Foco da teleconferência

Um dos principais focos da teleconferência de resultados será o lançamento dos robotáxis nos Estados Unidos, a trajetória de produção em escala dos Cybercabs e do robô Optimus em 2026, e o cronograma de novos modelos previstos para chegar ao mercado no início do próximo ano, aposta a Wedbush.

Outro ponto de atenção para os investidores é a assembleia de acionistas marcada para 6 de novembro, na qual se espera que os acionistas aprovem o pacote de remuneração de até US$ 1 trilhão de Elon Musk. O encontro também deve abrir caminho para um grande investimento em xAI, braço de inteligência artificial que será peça-chave nos planos mais amplos da Tesla nessa área.

Para a Wedbush, embora o resultado trimestral e as projeções sejam importantes, as iniciativas de IA assumem protagonismo e devem definir o próximo ciclo de crescimento da companhia. A casa de análise acredita que a fase mais importante da história da Tesla está apenas começando, marcada pela era da IA, que terá início com a autonomia e evoluirá para a robótica.

Os analistas estimam que o valor da divisão autônoma da Tesla possa, sozinho, atingir US$ 1 trilhão nos próximos anos, com o mercado começando a precificar esse potencial já nos próximos meses.

Guidance

Para o trimestre, o consenso do mercado espera uma receita total de cerca de US$ 26 bilhões, sendo US$ 19 bilhões provenientes do segmento automotivo — patamar que a Wedbush considera atingível, dado o bom desempenho nas entregas de veículos e na área de geração e armazenamento de energia.

A margem bruta (excluindo créditos regulatórios) deve mostrar nova melhora, mantendo a trajetória de recuperação observada desde o ano passado. O lucro por ação (EPS) é estimado em US$ 0,53, número que a Wedbush acredita que pode ser superado, com maior contribuição da divisão de energia, que apresenta margens mais altas em relação ao negócio automotivo.

China

Após ter impactado negativamente em trimestre anteriores, a China voltou a ser uma fonte de força. O Model Y continua impulsionando a demanda local, enquanto a nova versão de seis lugares (Model YL) desempenha papel relevante na expansão da frota na região, mesmo com a entrada de modelos de menor custo de concorrentes.

A Wedbush ressalta que a China continua sendo o “coração e pulmão” da história de crescimento da Tesla, já que a Gigafactory de Xangai é responsável por uma parcela significativa da produção global. Além disso, as terras raras da região seguem sendo componentes essenciais em diversos produtos do ecossistema Tesla, incluindo o robô Optimus.

Apesar da guerra tarifária em andamento e das mudanças constantes no cenário regulatório, os analistas veem a presença maciça da Tesla na China como um ponto positivo para a empresa e para Elon Musk.

A Wedbush reiterou recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações da Tesla, com preço-alvo de US$ 600.

No cenário otimista, a casa acredita que a Tesla pode alcançar uma capitalização de mercado de US$ 2 trilhões no início de 2026 e chegar a US$ 3 trilhões até o fim de 2026, à medida que a produção em escala dos projetos de autonomia e robótica avance.

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