Sua dupla função gerou preocupação no mercado, diante de tarifas americanas, queda de lucros e redução nas vendas na China, principal mercado da empresa (Getty Images)
Repórter de mercados
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 12h11.
Última atualização em 27 de agosto de 2025 às 14h01.
O diretor-presidente da Porsche, Oliver Blume, decidiu deixar a posição na montadora para se concentrar em sua função como CEO do Grupo Volkswagen, segundo fontes da revista alemã WirtschaftsWoche.
A busca por um sucessor já começou, com anúncio previsto inicialmente para setembro, mas o processo foi adiado. Tanto candidatos internos quanto externos estão sendo considerados para a posição.
A saída de Blume ocorre em meio à pressão crescente de investidores para que ele dedique toda sua atenção à Volkswagen, que enfrenta desafios operacionais e estratégicos, informou a Bloomberg.
Blume liderava a Porsche desde 2015, quando substituiu Matthias Müller, e manteve o cargo mesmo depois de assumir a liderança da Volkswagen em 2022, sucedendo Herbert Diess. Ele iniciou sua trajetória na Porsche em 2013 como diretor de Produção e Logística.
Sua dupla função gerou preocupação no mercado, diante de tarifas americanas, queda de lucros e redução nas vendas da China, principal mercado da empresa.
A Porsche revisou suas perspectivas financeiras duas vezes em 2025, enquanto a Volkswagen segue em processo de reestruturação.
A montadora alemã reduziu suas projeções para 2025, pressionada pelas tarifas dos Estados Unidos e por despesas de reestruturação.
No segundo trimestre, o lucro operacional da empresa foi de € 3,83 bilhões, queda de 29% em relação ao mesmo período do ano passado, quando havia somado € 5,4 bilhões.
O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, de € 3,94 bilhões, segundo dados compilados pela FactSet.
As tarifas impostas pelos EUA custaram € 1,3 bilhão à companhia no primeiro semestre, enquanto as provisões de reestruturação somaram € 700 milhões.
O impacto combinado desses fatores foi estimado em cerca de € 2 bilhões.