GPA: empresário quer AGE para eleger novo conselho (GPA/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 31 de março de 2025 às 12h25.
Última atualização em 31 de março de 2025 às 18h15.
O empresário Nelson Tanure quer seguir no GPA, dono do Pão de Açúcar e do Extra, o modelo que adotou na Light, distribuidora de energia do Rio de Janeiro.
Em carta enviada pela assessoria de imprensa do empresário, ele afirma que seu objetivo é de atuar "em total harmonia com acionistas de referência como o Grupo Casino e Ronaldo Iabrudi Pereira, além de apoiar o management da companhia".
O Saint German, fundo de investimento controlado por Tanure, pediu na sexta-feira a convocação de uma assembleia geral extraordinária do GPA com o objetivo de eleger um novo conselho de administração.
A informação foi antecipada pelo INSIGHT e confirmada pela companhia na noite de domingo, 30. Nesta segunda-feira, 31, as ações da varejista disparam e fecharam em alta de 13,6%, liderando as altas da B3.
“Esperamos contribuir com o Grupo Pão de Açúcar da mesma forma que temos feito em outras companhias. A acolhida por parte dos demais acionistas foi das mais encorajadoras desde o primeiro momento e não temos dúvida de que há muito a realizar e a conquistar nos próximos anos”, diz Tanure em seu texto.
Pela proposta, Ronaldo Iabrudi, acionista de referência da companhia, seria reconduzido e eleito presidente do órgão, cargo hoje ocupado por Renan Bergmann. Cristophe Hidalgo, ligado ao Casino, o outro acionista de referência, também seria mantido no conselho e que seria o vice, cargo hoje ocupado por Iabrudi.
Além deles, apenas o atual CEO do GPA, Marcelo Pimentel, seria mantido no colegiado.
O novo colegiado terá dois representantes indicados diretamente por Tanure: Pedro de Moraes Borba e Rodrigo Tostes Solon de Pontes, CFO da Light.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa do empresário, Tanure reitera o que a carta enviada no pedido à empresa. Segundo o texto, o empresário acredita na maximização do valor e do retorno aos acionistas deve ser o objetivo central — e vislumbra "imenso potencial" nesta direção.
O empresário elegeu três pilares para esse crescimento. O primeiro deles é a redução do nível de endividamento da companhia, incluindo a venda de ativos non core, bem como a reavaliação e priorização dos investimentos a serem efetuados e otimização do capital de giro.
“O foco em um balanço sólido permitirá que a companhia tenha mais flexibilidade em suas operações e uma maior capacidade de crescimento”, explica Tanure.
No quarto trimestre, a alavancagem da companhia chegou a 1,6x ante um patamar de 5,0x do mesmo período do ano anterior.
A empresa também reportou crescimento no Ebitda, impulsionado pela venda de ativos não essenciais — o caixa ganhou um reforço de R$ 1,9 bilhão nos últimos 18 meses só com alienações como a sede e os postos de gasolina. Além disso, ainda houve a captação de R$ 700 milhões.
Um segundo pilar tem a ver com o endereçamento e a redução de potenciais contingências legais, fiscais e trabalhistas.
Ao longo do último ano, a empresa avançou na resolução de questões relacionadas às contingências, com destaque para os recentes acordos tributários, concluídos ou em andamento, que totalizaram um volume de aproximadamente R$ 5,7 bilhões.
Ele afirma que a administração deve implementar um processo robusto de identificação e avaliação de riscos, estabelecer reservas adequadas e criar um plano de ação para resolver as contingências de maneira proativa.
“A ideia não é apenas mitigar riscos, mas também promover um ambiente de transparência e confiança junto
aos acionistas e ao mercado em geral”, esclarece Tanure.
O terceiro pilar será a redução de custos e despesas e garantir a qualidade do atendimento e serviços aos clientes, afirma o empresário.