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Para além da Faria Lima: Anbima lança mega campanha para democratizar fundos de investimento

Campanha vai da Internet à TV aberta, terá duração de três anos e vem na esteira do maior interesse pelo produto: no Google, o volume de buscas por “fundos de investimento” foi 30% maior do que o por “caderneta de poupança” nos últimos 12 meses

Anbima: associação lança campanha 'No fundo você pode' para democratizar acesso a fundos de investimento (Anbima/Divulgação)

Anbima: associação lança campanha 'No fundo você pode' para democratizar acesso a fundos de investimento (Anbima/Divulgação)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 23 de junho de 2025 às 05h00.

Última atualização em 23 de junho de 2025 às 09h24.

Falar de investimentos é crucial, principalmente em um país em que 23 milhões de pessoas gastaram dinheiro com aposta em 2024 e 4 milhões consideram as bets como um tipo de investimento, segundo a 8ª edição do Raio X do Investidor, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) com o Datafolha.

É por isso que a Anbima lançou a campanha “No fundo você pode” nesta segunda-feira, 23 - maior campanha publicitária da história da associação. Ela vem na sequência de outra campanha, “Quem investe pode mais”.

O esquenta para a campanha oficial ficou no ar por cerca de 50 dias, já a campanha iniciada nesta segunda promete ficar cerca de três anos.

“Essa campanha não é um tiro único, não é um voo de galinha. Três anos é o tempo que entendemos ser necessário para levar o público para a conversão. Queremos, no fundo, que as pessoas invistam cada vez mais”, explica Amanda Brum, CMO da Anbima.

Segundo ela, o resultado é para todos: com a população investindo mais, cuidando mais de suas finanças, estará consumindo mais, com isso a economia cresce e o Brasil se beneficia disso tudo.

O filme principal da campanha será veiculado em TV aberta e a cabo (Globo e Globosat) e streaming, como Netflix e Spotify. Também compõem a estratégia merchandising na TV e podcasts; branded content em rádio; mídia fora de casa, como no metrô em São Paulo e em pontos de ônibus; e redes sociais.

“Vamos ver o Celso Portioli, que é considerado o terceiro maior influenciador em conversão no Brasil, falando de fundos de investimentos, para o público dele que é C, D e E. É uma quebra de paradigma, é para onde a Faria Lima não vai”, diz Brum.

‘Fundo é pop’

De acordo com o Raio X do Investidor, 37% da população investia em produtos financeiros em 2024, o equivalente a 59 milhões de pessoas. A grande maioria das pessoas que investem, no entanto (23%), aplicam na poupança. Em títulos privados, esse número é de 6%, seguido por fundos, em 5%, e moedas digitais, em 4%.

“Ainda tem muita gente que prioriza a poupança, mas ela não entrega os mesmos atributos que, via de regra, um fundo de investimento. Às vezes, ela não é nem adequada para o perfil de investidor que a pessoa tem. Mas está bastante presente porque é o que o investidor consegue acessar, o que está perto dele.”

Não é que não haja interesse. Os fundos são o terceiro produto que mais engaja nas redes sociais, perdendo apenas para FIIs (há essa separação na pesquisa) e outros produtos de renda fixa, de acordo com a 8ª edição da pesquisa Finfluence da Anbima, em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD).

Segundo dados do Google Trends, nos últimos 12 meses, o volume de buscas por “fundos de investimento” foi 30% maior do que o por “caderneta de poupança”, que historicamente lidera entre as preferências dos brasileiros.

Grande parte das dúvidas, no entanto, ainda gira em torno de conceitos básicos: o que são fundos, como eles operam, se oferecem segurança e de que forma podem gerar retorno – e é aqui que a campanha entra.

“As pessoas querem começar a investir, mas não sabem nem o que é um fundo, o que pode oferecer. Vamos trabalhar para mostrar para a população de uma maneira diferente”, explica Brum.

Em sua visão, quando o mercado vai explicar o que é um fundo, ele explica o be-a-bá, como “o fundo de investimento é um condomínio e as cotas são os apartamentos”. “Em vez de ficarmos explicando o que é um fundo, estamos trazendo os atributos dele e os aproximando do público, que é esse empoderamento. No fundo, você pode tudo.”

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