(Paulo Whitaker/Reuters)
Beatriz Quesada
Publicado em 1 de julho de 2022 às 07h12.
Última atualização em 1 de julho de 2022 às 07h54.
As bolsas globais iniciam o segundo semestre na mesma toada negativa que marcou os primeiros seis meses do ano. Nesta sexta-feira, 1, as quedas foram generalizadas na Ásia, onde os mercados já fecharam, e os índices americanos devem acompanhar a tendência. Os futuros nos EUA operam em baixa após o pior semestre desde 1970.
Investidores ainda estão apreensivos com a inflação e a consequente elevação de juros dos bancos centrais. O Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em junho, no maior ritmo de aperto monetário em quase 30 anos. O temor é que as medidas, em última análise, causem uma recessão global.
Na Europa, por outro lado, os mercados passam por correção para cima, mas ainda sem um catalisador positivo que sustente o movimento. O preço do petróleo, que também foi afetado negativamente pela ameaça de recessão, hoje acompanha a Europa e tem uma sessão de alívio na contramão dos temores.
O Ibovespa, influenciado pelas perdas internacionais, encerrou junho em forte queda de 11%. Para esta sexta-feira, 1, o mercado pode continuar pressionado pelo pessimismo no exterior e deve repercutir ainda a principal fonte de preocupação interna: o risco fiscal.
O Senado aprovou na noite de ontem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dribla a lei eleitoral e permite R$ 41,25 bilhões de novas despesas fora do teto de gastos. A medida vem sendo mal recebida pelo mercado, que teme o descontrole das contas públicas.
Inicialmente chamada de PEC dos Combustíveis, a proposta aumenta o auxílio-gás, cria um auxílio-gasolina para taxistas, amplia o valor e zera a fila do Auxílio Brasil e prevê um “voucher” de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos, que tem sido chamado de “Pix Caminhoneiro”.
A criação de benefícios sociais é vedada em ano eleitoral. Para contornar a vedação, deve ser decretado o estado de emergência no país, que permite exceções à regra.
Às 8h, a FGV divulga a inflação ao consumidor, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor. A expectativa de agentes do mercado é de alta de 0,71% segundo pesquisa da Bloomberg, frente a um avanço de 0,76% na leitura passada. A balança comercial mensal de maio também será divulgada nesta sexta, às 15h.
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