Alívio nas tensões geopolíticas entre EUA e China ajudam a derrubar preço do metal (EyeEm Mobile GmbH/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 28 de outubro de 2025 às 16h13.
Sem novas tensões comerciais entre Estados Unidos e China o ouro volta a cair, diante de um investidor com maior apetite aos risco, às vésperas de mais uma decisão de juros pelo Fed. Considerado um ativo de proteção em tempos de incertezas, o metal recuou hoje, 28, para o menor patamar em três semanas.
O ouro à vista caiu 0,35%, para US$ 3.966,59 a onça, após atingir seu nível mais baixo desde 6 de outubro. Na véspera, o metal já havia despencado 3,2% após negociadores de Washington e Pequim afirmarem ter fechado acordos sobre questões tarifárias e controles de exportação.
Os futuros de ouro dos EUA para entrega em dezembro recuavam 1,40%, a US$ 3.963,50 a onça, por volta das 15h30 (horário de Brasília).
Apesar do recuo recente, o metal ainda acumula alta de mais de 50% neste ano, impulsionado pelas tensões geopolíticas e comerciais, além das expectativas de cortes de juros na maior economia do mundo.
“As tensões comerciais entre EUA e China diminuíram bastante, com um possível acordo comercial ainda esta semana, após uma reunião de cúpula entre os presidentes Xi e Trump. Isso é pessimista para os metais considerados portos seguros”, disse a CNBC Jim Wyckoff, analista sênior da Kitco Metals.
No domingo, negociadores americanos e chineses apresentaram um esboço de acordo que prevê suspender novas tarifas dos EUA e adiar medidas de controle de exportação de terras-raras da China. O presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping devem se reunir na próxima quinta-feira, 30, para avançar nas negociações.
Enquanto isso, o mercado aguarda a decisão de juros do Federal Reserve (Fed) nesta quarta-feira, 29. O consenso é que o banco central americano irá cortar a taxa em 0,25 ponto percentual.
O ouro, que não tem rendimento atrelado a taxas, costuma se beneficiar de ambientes de juros mais baixos. Apesar de analistas ainda projetarem preços mais altos, com a possibilidade de atingir US$ 5.000 por onça, há sinais de cautela.
O encontro anual da London Bullion Market Association (LBMA) previu preços em US$ 4.980 por onça nos próximos 12 meses, enquanto o Citi e a Capital Economics reduziram suas previsões de preço do ouro na segunda-feira.
“O mercado ficou sobrecomprado, o que finalmente deu origem à correção desta semana”, escreveu o Bank of America. O BofA espera que o ouro em barras recue para US$ 3.800 no quarto trimestre.