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Peso argentino atinge mínima histórica mesmo com apoio dos Estados Unidos

Em uma publicação no X nesta terça-feira, 21, Scott Bessent, secretário do Tesouro, descreveu a linha de swap como um “acordo de estabilização econômica”

Peso: moeda argentina se desvaloriza frente ao dólar (EKIN KIZILKAYA/Getty Images)

Peso: moeda argentina se desvaloriza frente ao dólar (EKIN KIZILKAYA/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 21 de outubro de 2025 às 17h24.

O peso argentino fechou em queda mais de 1% nesta terça-feira, 21. É o segundo dia consecutivo que a moeda renova a mínima histórica. Ontem, um dólar comprava 1.477 pesos no fechamento. Hoje, um dólar compra 1.490,50 pesos, a menos de um peso do limite mais fraco de sua banda de negociação — ou seja, o peso se desvalorizou frente ao dólar.

A moeda está sob pressão desde que o partido de Javier Milei, La Libertad Avanza, perdeu para a oposição peronista na votação da província de Buenos Aires e custa a se recuperar, mesmo após a entrada de US$ 400 milhões vindos do Tesouro dos Estados Unidos — parte de um apoio financeiro iniciado em 9 de outubro para tentar conter a crise cambial.

O Banco Central da Argentina confirmou um acordo de swap cambial com os EUA, que pode chegar a US$ 20 bilhões. Esse tipo de operação permite ao país trocar pesos por dólares temporariamente, dando fôlego às reservas.

Em uma publicação no X nesta terça-feira, 21, Scott Bessent, secretário do Tesouro Americano, descreveu essa linha de swap como um “acordo de estabilização econômica”. Segundo ele, trata-se de “uma ponte para um futuro econômico melhor para a Argentina, e não de um resgate financeiro.”

De acordo com pessoas com conhecimento direto do assunto à Bloomberg, o Tesouro dos EUA vendeu dólares novamente nesta terça-feira por meio do Banco Santander no mercado de câmbio da Argentina, à medida que o peso se aproximava do teto de sua banda de negociação.

Mas, mesmo com essa ajuda, investidores continuam comprando dólares para se proteger da volatilidade, especialmente diante do risco político: há temor de que Javier Milei perca força nas eleições legislativas de 26 de outubro, o que poderia enfraquecer sua agenda econômica liberal.

Além disso, as reservas líquidas em dólares do Banco Central estão abaixo de US$ 5 bilhões, segundo a consultoria Romano Group, um nível muito baixo para sustentar o peso. Isso alimenta expectativas de uma desvalorização oficial da moeda depois da votação.

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