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Petrobras corre contra o tempo por licença de exploração na Margem Equatorial

Ibama fez novas exigências para autorizar primeiras perfurações da estatal na Foz do Amazonas

Ibama pediu informações adicionais para concluir análise do pedido de exploração na Margem Equatorial (Germano Lüders/Exame)

Ibama pediu informações adicionais para concluir análise do pedido de exploração na Margem Equatorial (Germano Lüders/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 14 de outubro de 2025 às 17h13.

A poucos passos de conseguir a licença ambiental para perfurar na Bacia da Foz do Amazonas, a Petrobras (PETR4; PETR3) enfrentou um revés. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), órgão responsável por conceder a autorização pediu informações adicionais antes de concluir a análise do pedido.

A nova demanda ocorre depois que um novo parecer técnico, anexado ao processo nesta semana, apontou pendências e incertezas nas informações apresentadas pela estatal nos planos de Emergência Individual e de Proteção à Fauna, de acordo com informações obtidas pela Reuters.

O Ibama já havia aprovado, no fim de agosto, a Avaliação Pré-Operacional, um teste de resposta a emergências ambientais. No entanto, o órgão solicitou ajustes para liberar a licença definitiva, aos quais a petroleira respondeu em 26 de setembro.

Essa seria a última etapa necessária para comprovar a segurança ambiental da operação antes de o Ibama decidir se vai ou não liberar a licença para a perfuração do primeiro poço na região. O órgão já negou o pedido uma vez, mas a estatal pediu a reconsideração comprometendo-se com mais salvaguardas.

Prazo curto

A Petrobras corre contra o relógio. Caso a licença não seja concedida até 22 de outubro, a estatal terá de contratar uma nova sonda, já que o contrato do equipamento atualmente de prontidão no local expirará nessa data, segundo Magda Chambriard, CEO da petrolífera,

Ela também disse esperar que a autorização seja concedida na reunião do dia 16.

A executiva adicionou que a sonda já contratada é "rara no mundo" e custa R$ 4,2 milhões por dia. É um custo elevado que não estava nos planos da companhia.

Nova fronteira exploratória

A Bacia da Foz do Amazonas está no litoral do Amapá, dentro da Margem Equatorial, área que se estende até o Rio Grande do Norte e é considerada uma nova fronteira de exploração petrolífera.

De acordo com estimativa da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a área tem potencial de produção de 30 bilhões de barris de óleo equivalente.

A Petrobras prevê um investimento de US$ 3 bilhões nessa região nos próximos cinco anos e a perfuração de 15 poços no total.

"Isso nos permitirá contribuir com o atendimento à demanda crescente por energia a partir de uma produção realizada com investimentos tecnológicos que garantem segurança operacional e cuidado ambiental", afirma a companhia em seu site institucional sobre o projeto de exploração na região.

Em junho, a ANP colocou 34 blocos da Margem Equatorial em leilão e nove empresas venceram o certame. A Petrobras arrematou dez blocos na Bacia Foz do Amazonas e três na Bacia de Pelotas, desembolsando cerca de R$ 139 milhões.

As autorizações para o início da exploração pela estatal avançam, contudo, em meio ao protesto de ambientalistas, comunidades e povos originários da região. O principal argumento das entidades é, justamente, o impacto que a atividade petrolífera pode vir a ter no ecossistema marinho.

O impasse entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental dividem opiniões até mesmo dentro do governo.

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