Previsão do banco é de uma valor do Brent mais baixo do que o atual (Getty Images/Getty Images)
Redator
Publicado em 28 de agosto de 2025 às 06h00.
O Goldman Sachs não vê trégua para os preços do petróleo no mercado internacional. Em sua mais recente projeção, prevê que o barril do Brent pode chegar aos US$ 50 até o final de 2026. A previsão implica em uma queda de 26,5% em relação aos US$ 68,05 do fechamento de ontem, 26. A Petrobras (PETR3,PETR4) tem a cotação do Brent como preço de referência.
A estatal vem batendo recordes de produção e deve terminar 2025 com uma média de 2,3 milhões de barris de óleo produzidos por dia. O problema é que os estoques já estão bem abastecidos - garantindo 1 milhão de barris por dia, calcula o Goldman. E a disponibilidade da matéria-prima continua crescendo.
O banco calcula que a oferta global da commodity vai superar a demanda em 1,8 milhão de barris diários até o final do ano que vem.
Nas suas previsões, o Goldman Sachs toma como referência os estoques de petróleo na OCDE, 0 "clube dos países mais ricos", que, segundo o Goldman, tendem a trazer uma previsão mais precisa de preço do que os estoques globais.
"Nosso modelo sugere que os estoques da OCDE vão crescer num ritmo de 600 mil barris por dia em 2026", diz o relatório do banco. Assim, a OCDE tende a estocar um terço da produção global de petróleo, enquanto a demanda desses países pela matéria-prima tende a diminuir. Com essa combinação de fatores, o bloco passaria a ter estoques suficientes para abastecer entre 60 e 67 dias de demanda.
Isso reduziria em US$ 24 o preço justo calculado pelo Goldman Sachs para o barril do petróleo e colocando, portanto, o valor próximo dos US$ 50.
De acordo com as projeções do banco, os estoques de petróleo, neste ano até agora, cresceram em 210 milhões de barris (ou numa frequência de 1 milhão de barris por dia).
Hoje, há uma boa parte do estoque em trânsito, armazenada em embarcações. Isso é reflexo de sanções a alguns produtores globais, como Rússia, Irã e Venezuela. A maior produção nas Américas e no Oriente Médio, também contribuíram com o aumento dessa estocagem flutuante.
Segundo o Goldman, se os estoques aumentarem na China em vez da OCDE, há chances do preço do barril alcançar um patamar mais elevado. O Goldman explica que o país asiático "oferece uma competição mais persistente em relação aos estoques do que a OCDE". Uma produção potencialmente mais fraca da Rússia também pode amenizar a queda do Brent.