Invest

'Plim plim': bem na fita com JPMorgan, Globo recebe 'upgrade' por gestão de dívida

Métricas de crédito são sólidas, na avaliação do banco, mas rentabilidade do grupo de comunicação se deteriorou no segundo trimestre

Globo (Globo/Divulgação)

Globo (Globo/Divulgação)

Publicado em 8 de setembro de 2025 às 15h26.

Última atualização em 8 de setembro de 2025 às 15h55.

A liquidez continua sendo o principal ponto forte da Grupo Globo, avalia o JPMorgan. A dívida total da holding diminuiu no segundo trimestre do ano devido ao pagamento de debêntures. E com essa visão, o banco elevou a avaliação do grupo de comunicação.

O JPMorgan explica que a dívida bruta no dia 30 de junho deste ano era de R$ 6 bilhões e composta, principalmente, por títulos em dólares americanos com vencimento em 2030 e 2032.

No segundo trimestre, o caixa da empresa estava em R$ 3,1 bilhões, e a companhia também reportou R$ 8,8 bilhões em títulos negociáveis.

A liquidez da Globo cobriu sua dívida total em 2 vezes, explica o banco.

Cronograma de amortização da dívida confortável

A alavancagem bruta no final do segundo trimestre ficou em 4,8 vezes, enquanto a alavancagem líquida, incluindo títulos e valores mobiliários, ficou negativa. Além disso, de acordo com o JPMorgan, o cronograma de amortização da empresa é confortável, com mais de 80% da dívida vencendo em 2030 ou posteriormente.

De acordo com o banco, os títulos da Globo estão também entre os de melhor desempenho no mercado na América Latina neste ano.

Com métricas saudáveis, o JPMorgan elevou à recomendação de neutra para overweight (equivalente a compra) os títulos com vencimento em 2030 do grupo.

Segundo trimestre misto

Sobre o balanço da Globo de abril a junho de 2025, o JPMorgan explicou que a empresa reportou um trimestre misto, com a rentabilidade se deteriorando, mas reforçando que as métricas de crédito permaneceram sólidas.

A receita de R$ 4,4 bilhões cresceu 13% em relação ao ano anterior e 9% trimestralmente. O crescimento anual da receita foi impulsionado por um aumento de R$ 446 milhões na receita de publicidade, devido ao forte desempenho do digital e à contribuição da Eletromidia (ELMD3).

Além disso, segundo o banco, a Globo reportou aumento de R$ 72 milhões na receita de conteúdo/programação, impulsionado pelo Telecine e por uma base maior de assinantes em produtos digitais como o Premiere Play, que compensou o declínio contínuo da TV paga tradicional no Brasil e um menor tíquete médio no Globoplay.

Queda do Ebitda

No entanto, de acordo ainda com relatório do JPMorgan, os custos mais altos relacionados a eventos ao vivo, a integração da Eletromidia e o aumento das despesas gerais e administrativas levaram a uma queda do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para R$ 286 milhões — abaixo dos R$ 422 milhões do mesmo período do ano passado e de R$ 647 milhões no primeiro trimestre do ano.

Já a margem Ebitda caiu para 6,4%, ante 10,6% registrada no segundo trimestre do ano passado e 15,7% no primeiro trimestre de 2025.

O banco afirma que apesar da volatilidade contínua de grandes eventos esportivos da Globo, espera-se resultados estáveis ​​e uma rentabilidade mais saudável à medida que a empresa transita para direitos esportivos não exclusivos, sustentando um balanço patrimonial e métricas de crédito robustas.

Acompanhe tudo sobre:GloboGloboplayBalanços

Mais de Invest

Bolsas globais oscilam com renúncia no Japão, fusão da Anglo American e crise na França

O desafio da Apple para agradar o investidor no lançamento do iPhone 17

Tesla perde participação no mercado dos EUA e cai ao menor nível desde 2017

Acabou a magia? Ações da Pop Mart, da boneca Labubu, caem 7%; demanda fraca preocupa