Invest

Por que o Ibovespa sobe tanto hoje? Índice alcançou os 142 mil pontos pela primeira vez

Pesquisa da Atlas Intel, que mostra Tarcísio na frente de Lula em um possível segundo turno, deu fôlego à bolsa

Ibovespa: bolsa brasileira bate recorde intraday aos 142 mil pontos (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: bolsa brasileira bate recorde intraday aos 142 mil pontos (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 28 de agosto de 2025 às 14h36.

Última atualização em 28 de agosto de 2025 às 14h47.

O Ibovespa superou a marca dos 142 mil pontos pela primeira vez na história nesta quinta-feira, 28. Às 11h38, o índice chegou aos 142.138 na máxima do dia, alta de 2,1% sobre o fechamento de ontem.

Por volta das 14h30, o avanço era um pouco menos pronunciado, mas ainda firme, de 1,82% — destoando das bolsas americanas, que operavam em leve alta no mesmo horário, depois de começar o pregão no terreno negativo.

O movimento de alta coincide com a divulgação da pesquisa Latam Pulse, realizada pelo instituto AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, publicada nesta terça-feira, 28.

O levantamento indicou que, em um eventual segundo turno das eleições presidenciais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apareceria atrás do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tarcísio registrou 48,4% das intenções de voto ante 46,6% de Lula.

Esta pesquisa é a primeira divulgada em agosto que não confirma a tendência de melhora da popularidade de Lula, observada desde o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros imposto pelo presidente americano Donald Trump e em meio à queda no preço dos alimentos.

Em comparação com o levantamento de julho, a desaprovação do presidente aumentou 1,3 ponto percentual, enquanto a aprovação caiu 2,3%.

“Assim como teve uma euforia há dois meses, quando o presidente Lula vinha em uma queda bem acentuada desde o começo do ano com a crise do Pix, crise do INSS, também teve agora um ânimo dos mercados, que querem uma mudança de poder”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Dados de inflação no Brasil e corte de juros nos EUA

A deflação capturada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) nessa semana também ajuda o Ibovespa ao corroborar a perspectiva de baixa de juros por aqui, ainda que mais para a frente.

O indicador, que é a prévia da inflação oficial do Brasil, fechou em agosto em -0,14%, ante alta de 0,33% em julho. Esse é o menor IPCA-15 desde setembro de 2022 (-0,37%) e o primeiro negativo desde julho de 2023 (-0,07%).

O acumulado do ano fechou o mês em 3,26%, enquanto o indicador nos últimos 12 meses caiu para 4,95%. Em agosto de 2024, o IPCA-15 havia registrado um aumento de 0,19%. O dado veio levemente acima da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma queda de -0,23%.

A expectativa de corte de juros também nos Estados Unidos, previsto pelo mercado para setembro depois de um discurso mais ‘dovish’ do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole completa o cenário.

Acompanhe tudo sobre:Ibovespabolsas-de-valoresTarcísio Gomes de FreitasLuiz Inácio Lula da SilvaEleições 2026IPCAJerome PowellFed – Federal Reserve System

Mais de Invest

'Quem não tem, compre': BB diz que fala de CEO não teve intenção de influenciar investimento

Nvidia: lucro tá ok. 'Guidance' tá ok. Por que, então, as ações caem? Entenda

Grupo Ultra, Vibra e Raízen: ações de distribuidoras são destaque de alta em dia de operação da PF

Quem caiu em golpe no Pix poderá ter o dinheiro devolvido mais facilmente com mudança pelo BC