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Lucro da Porto cresce 13%, para R$ 832 milhões, no 3º trimestre

Operação de seguros, carro-chefe da companhia, registrou receita de R$ 5,7 bilhões no período

Porto Seguro (PSSA3): grupo registra R$ 10,5 bilhões em receita no terceiro trimestre de 2025 (Porto/Divulgação)

Porto Seguro (PSSA3): grupo registra R$ 10,5 bilhões em receita no terceiro trimestre de 2025 (Porto/Divulgação)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 11 de novembro de 2025 às 08h01.

A Porto (PSSA3) registrou lucro líquido de R$ 832 milhões no terceiro trimestre de 2025, número 13% acima do registrado um ano antes.

A receita consolidada do grupo cresceu 11% para R$ 10,5 bilhões, enquanto o retorno sobre patrimônio líquido médio (ROAE) foi de 23% (alta de 0,1 p.p. versus o terceiro trimestre de 2024), mantendo-se acima do patamar de 20% pelo quinto trimestre consecutivo.

Segundo Paulo Kakinoff, CEO do Grupo Porto, tanto receita, como lucro estão em patamares recordes. “É o segundo trimestre na sequência que a companhia tem receita acima de R$ 10 bilhões. É o terceiro trimestre também em sequência com o lucro acima de R$ 800 milhões e é o quinto trimestre na sequência com um ROAE acima de 20%”, aponta.

“Se você olhar esses mesmos indicadores nos nove primeiros meses desse ano, quando comparado com nove primeiros meses de qualquer outro ano da trajetória da Porto, esses mesmos indicadores todos estão em patamares recordes.”

O resultado com as operações financeiras foi de R$ 383 milhões no trimestre (+53%). Já a receita da carteira de aplicações financeiras (ex-previdência e ALM), geridas pela tesouraria, foi de R$ 451 milhões, representando 77% do CDI, diretamente influenciado pelo desempenho das alocações em títulos indexados à inflação.

“O volume de reserva e o valor aplicado cresce na proporção no prêmio. Como a gente vem batendo recordes, a nossa geração de caixa de ativo livre também está na nossa máxima histórica. Então a gente tem dois componentes que levam esses juro nominal para cima, que é o aumento da base de investimento e o aumento da taxa Selic”, diz Celso Damadi, vice-presidente financeiro, controladoria, investimento e planejamento na Porto.

O índice de eficiência operacional, que considera a soma das despesas administrativas em relação à receita total, foi de 10,7%, uma melhora de 0,3 p.p., alinhado com os esforços para ganhos de eficiência.

‘Não entramos nessa guerra de preços’

A operação de seguros, carro-chefe da companhia, somou uma receita de R$ 5,7 bilhões (+3%), sendo o maior crescimento originado pelo segmento de Vida (+13%), seguido pelo Patrimonial (+11%).

No Auto, os prêmios avançaram 1%, enquanto a frota segurada cresceu 4%, com uma adição de 255 mil veículos no período. O índice combinado ampliado ficou praticamente estável (melhora de 0,1 p.p.) em 85,3% e o lucro obtido no período foi de R$ 451 milhões (+5%).

Damadi explica que o momento do mercado de Auto está “bastante desafiador de preço”, mas eles não “entram nessa guerra”.

“A gente sempre tem um player ou outro com uma pressão de preço maior. Mas nossa estratégia é manter uma rentabilidade estável, como estamos mantendo nos últimos cinco trimestres e crescendo em quantidade de itens. Então nossa frota cresce, mas em prêmio a gente cresce um pouco menos que o mercado, porque não entramos nessa guerra de preços.”

Outras verticais

A receita da Porto Saúde cresceu 27% para R$ 2,2 bilhões, enquanto a receita do Porto Bank avançou 29% para R$ 1,9 bilhão. A da Porto Serviço recuou 2% para R$ 606 milhões. Já o lucro no trimestre da Porto Saúde cresceu 65% para R$ 126 milhões, enquanto do Porto Bank cresceu 19% para R$ 196 milhões e o resultado trimestral da Porto Serviço recuou 27%, para R$ 38 milhões. O

O avanço da receita da Porto Saúde foi impulsionado por um aumento de 22% em beneficiários do seguro Saúde, atingindo 784 mil vidas, e uma expansão de 20% de vidas no Odonto, alcançando 1,1 milhão de beneficiários.

Em relação a M&As na parte da Porto Saúde, Domingos Falavina, diretor de RI, M&A e Planejamento Estratégico na Porto, conta: “A gente segue sendo procurado tanto por bancos de investimento como por investidores estratégicos com interesse e apetite na operação da saúde. Mas não temos nada próximo de uma conclusão ou nem exclusivo que merecesse qualquer tipo de comunicação ao mercado.”

Já a receita do Porto Bank avançou por meio, principalmente, do crescimento de Capitalização (+45%); Consórcio (+30%); Cartão, Financiamento e Empréstimos (+25%) e; Riscos Financeiros (+12%).

A Porto Serviço, por sua vez, registrou uma queda na receita e lucro decorrente de um menor número de atendimentos provenientes da Parceria Porto (serviços de assistência para os clientes das apólices de seguros do Grupo) em função da sinistralidade baixa.

“Como a sinistralidade está em patamares mais baixos, isso significa que menos serviços estão sendo demandados. Em outras palavras, menos gente acidentando o automóvel, menos serviço de guincho para remoção. Então, como um todo, esse é um efeito muito positivo, porque a gente tem uma receita preservada e uma despesa reduzida”, diz o CEO.

A companhia diz estar focada em ampliar parcerias e vendas de produtos digitais, para estender a prestação de serviços a usuários que não somente os segurados pela companhia.

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