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Powell diz que economia americana "está bem" e dá ânimo às bolsas

Na era Trump, o desafio é separar 'o sinal do ruído', afirma presidente do Fed, reforçando a mensagem de que não há pressa para tomar decisões sobre juros

Jerome Powell: “Os custos de ser cauteloso são muito, muito baixos. A economia está bem. Não precisa que façamos nada, realmente. E então podemos esperar, e devemos esperar.” (Al Drago/Getty Images)

Jerome Powell: “Os custos de ser cauteloso são muito, muito baixos. A economia está bem. Não precisa que façamos nada, realmente. E então podemos esperar, e devemos esperar.” (Al Drago/Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercado Imobiliário

Publicado em 7 de março de 2025 às 16h19.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse nesta sexta-feira, 07, que a economia dos Estados Unidos permanece em um "bom lugar", mas disse que a autoridade monetária está à espera de uma maior clareza sobre os efeitos das várias mudanças de política do governo de Donald Trump na economia.

Recentemente a Casa Branca avançou em algumas políticas, como a implementação de tarifas mais altas sobre produtos da China, mas recuou em outras, como as tarifas sobre México e Canadá.

Segundo Powell, é o efeito líquido dessas mudanças de política que vai importar para a economia e para o caminho da política monetária. "À medida que analisamos as informações recebidas, estamos focados em separar o sinal do ruído conforme a perspectiva evolui. Não precisamos ter pressa e estamos bem posicionados para esperar por maior clareza", afirmou.

O presidente do Fed disse também que está monitorando as expectativas de inflação de longo prazo para garantir que elas não estejam se tornando desancoradas.

Powell acrescentou que a política monetária não segue um curso já definido. Caso a economia permaneça forte, mas a inflação não continue a se mover de forma sustentável em direção a 2%, ele espera que o Fed consiga manter as taxas de juros estáveis. Por outro lado, se o mercado de trabalho se deteriorar ou a inflação esfriar mais rápido do que o previsto, Powell disse que o banco central americano pode reduzir as taxas proporcionalmente.

“Os custos de ser cauteloso são muito, muito baixos”, disse. “A economia está bem. Não precisa que façamos nada, realmente. E então podemos esperar, e devemos esperar.”

Numa semana de mercado nervoso com as incertezas causadas pelo vai-e-vem das tarifas de Trump e cada vez mais preocupado com sinais de desaceleração da economia americana, o discurso de Powell deu algum ânimo às bolsas, que passaram para o território positivo após o seu discurso. Após dias de correção, Nasdaq, Dow Jones e S&P 500 viraram para uma leve alta.

Hoje, novos dados do mercado de trabalho divulgados nesta sexta mostraram que a economia dos Estados Unidos adicionou 151 mil empregos em fevereiro, levemente abaixo das expectativas, e a taxa de desemprego subiu para 4,1%. “Com o crescimento salarial moderando e a oferta e a demanda de trabalho tendo se equilibrado melhor, o mercado de trabalho não é uma fonte significativa de pressão inflacionária”, afirmou Powell.

A autoridade reafirmou que o banco central segue comprometido em trazer a inflação de volta à meta de 2%, mas sem reagir de forma exagerada a oscilações pontuais nos índices. “O caminho para reduzir a inflação de forma sustentável tem sido instável, e essa tendência deve continuar”, afirmou. “Os números podem variar de um mês para outro, e não ajustamos nossa política com base em uma ou duas leituras fora do esperado.”

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