Redatora
Publicado em 3 de outubro de 2025 às 16h59.
O ouro pode superar a marca de US$ 4.000 por onça ainda no curto prazo, segundo avaliação do HSBC e divulgada pela Reuters nesta sexta-feira, 3. A estimativa considera o impacto de riscos geopolíticos, incertezas fiscais e as preocupações sobre a independência do Federal Reserve (Fed).
Segundo relatório do banco, a valorização pode se estender em 2026, apoiada pelas compras oficiais de bancos centrais. A instituição destacou ainda que a demanda de investidores institucionais pelo metal como ferramenta de diversificação tende a permanecer consistente.
Na última quinta-feira, 2, o ouro à vista atingiu máxima histórica de US$ 3.896,49, impulsionado pelo impasse fiscal nos Estados Unidos e pela expectativa de cortes nas taxas de juros. Nesta sexta-feira, o metal acumulou a sétima semana consecutiva de valorização e estava cotado a US$ 3.885.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para outubro fechou em alta de 1,07%, a US$ 3.880,8 por onça-troy, perto do recorde de US$ 3.897,50 de quarta-feira, 1º. No acumulado da semana, o metal precioso subiu 2,80%.
O Senado norte-americano voltou a discutir propostas divergentes de Democratas e Republicanos para encerrar a paralisação do governo federal - shutdown - que já dura três dias. A interrupção de atividades afeta publicações de dados econômicos, pesquisas científicas e regulações financeiras.
Paralelamente, crescem as preocupações sobre a autonomia do Fed, após a tentativa do presidente Donald Trump de demitir a governadora Lisa Cook. O episódio elevou temores de interferência política nas decisões de política monetária.
O HSBC ponderou que um ritmo menor de cortes de juros pelo Fed poderia limitar parte da valorização do ouro. Ainda assim, o banco ressaltou que o metal se mantém como reserva de valor relevante em períodos de instabilidade e em ambientes de juros baixos.
No acumulado de 2025, o ouro registra valorização superior a 47%. Para 2026, a projeção do HSBC é que bancos centrais continuem comprando o ativo, com foco na redução da dependência em relação ao dólar. A expectativa, porém, é que o ritmo de compras seja menor do que o observado entre 2022 e 2024.