Greg Davis: presidente de investimentos da Vanguard Group alerta para futuro instável das ações norte-americanas. (Reprodução/Vanguard)
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Publicado em 25 de julho de 2025 às 16h54.
Última atualização em 25 de julho de 2025 às 18h15.
Greg Davis, presidente e diretor de investimentos da Vanguard Group — uma das maiores gestoras de recursos do mundo, com US$ 10 trilhões sob administração — defendeu que investidores devem reduzir a exposição às ações americanas, hoje supervalorizadas, e reequilibrar suas carteiras para evitar riscos e retornos menores no futuro.
Segundo uma reportagem da Fortune, Vanguard é uma referência global em investimentos passivos, famosa por seus fundos de índice e ETFs de baixo custo, criados para garantir ganhos consistentes no longo prazo, minimizando taxas e evitando apostas especulativas.
Greg Davis, com 25 anos de experiência na empresa, segue essa filosofia e faz um alerta diante do otimismo geral do mercado americano, que tem sido impulsionado por políticas fiscais favoráveis e avanços em tecnologias como a inteligência artificial.
Segundo ele, o mercado de ações dos EUA atingiu níveis elevados de valorização, com múltiplos preços/lucros muito acima da média histórica — o P/L do S&P 500 está em 29,3, e o índice ajustado pelo método CAPE de Robert Shiller, segundo o jornal, indica que as ações americanas estão cerca de 49% acima do valor justo.
Além disso, os lucros corporativos, que foram impulsionados nos últimos anos, já mostram sinais de desaceleração, dificultando a sustentação de ganhos expressivos para o futuro.
Nos últimos dez anos, o retorno médio anual do S&P 500 foi de 12,4%. Entretanto, Davis projeta que, na próxima década, os ganhos cairão para algo entre 3,8% e 5,8% ao ano — uma queda significativa que impactará principalmente investidores com alta concentração em ações americanas.
Greg Davis tem uma trajetória sólida, com formação em negócios e experiência na área de investimentos da Vanguard desde 1999. Ele reforça que o modelo da empresa, com base na redução contínua de taxas e na diversificação disciplinada, oferece a melhor forma de proteger e crescer patrimônio no longo prazo, especialmente diante das avaliações elevadas e das incertezas atuais no mercado americano.
A reportagem reforça que conselho principal de Davis é claro: o investidor deve se preparar para uma década de retornos mais modestos no mercado acionário dos EUA, evitar concentração excessiva e buscar equilíbrio com títulos e ações internacionais, para garantir um caminho de investimentos mais estável, previsível e menos arriscado.