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Projeções do Focus e fala de Powell: o que move os mercados nesta segunda

Semana fica mais intensa nos próximos dias com PIB do Brasil e PCE nos Estados Unidos

O que move os mercados: agenda ganha fôlego na primeira semana do mês (Germano Luders/Exame)

O que move os mercados: agenda ganha fôlego na primeira semana do mês (Germano Luders/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 05h00.

Os mercados começam o mês de dezembro retornando de uma semana mais curta nos Estados Unidos. O feriado de Ação de Graças na quinta-feira passada e o pregão reduzido na sexta diminuíram a liquidez das bolsas e das negociações de outros ativos em todo o mundo. Esta segunda-feira traz nos EUA traz apenas índices de atividade manufatureira (PMI e ISM). Às atenções se voltam para um breve discurso em vídeo do presidente do Federal Reserve, que deve fazer breves comentários na abertura de um painel sobre política econômica.

A próxima reunião de política monetária nos EUA está prevista para a próxima semana e, por enquanto, a maioria do mercado aposta em mais uma redução na taxa de juros.

No fim de semana, aumentaram as especulações sobre o nome mais provável a substituir Powell em seu mandato no ano que vem. Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, disse que o presidente Donald Trupo deve definir um sucessor ainda este ano. O próprio Hassett é visto como um dos nomes  mais fortes.

No Brasil, o dia também reserva apenas um PMI industrial na agenda de indicadores. A expectativa maior fica para o Boletim Focus. Na segunda passada, as projeções dos economistas consultadas pelo Banco Central voltaram a cair para a inflação no final deste ano, prevendo o IPCA abaixo do teto da meta (em 4,45%). Nas projeções para os próximos dois anos, a inflação também foi revisada para baixo.

Agenda ganha força na semana

Na quinta-feira o IBGE divulga o PIB do Brasil do terceiro trimestre. O Bradesco BBI projeta alta de 0,3%, embora veja risco de revisões nos dados anteriores, especialmente por causa da agropecuária.

Enquanto o IBC-Br apontou queda de 0,9% na atividade entre julho e setembro, puxada por recuos na agropecuária, indústria e serviços, os indicadores setoriais do IBGE mostram um quadro mais misto: leve alta da produção industrial, varejo praticamente estável e avanço de 0,5% nos serviços. O varejo ampliado, sensível ao crédito, cresceu 1%, impulsionado pelo consignado privado e pelo pagamento de precatórios.

Para o analista, Leandro Manzoni, o resultado do PIB será determinante para o início do ciclo de cortes da Selic. Se vier fraco, em linha com o IBC-Br, aumenta a chance de redução já em janeiro, primeira reunião do Copom de 2026. Um número mais forte deve empurrar as apostas para março, especialmente porque o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mantém um discurso mais firme sobre inflação às vésperas da reunião de dezembro, que ocorre antes da divulgação do IPCA anual.

A balança comercial de novembro também será divulgada na quinta. O Itaú BBA prevê um superávit de US$ 5,5 bilhões, abaixo do superávit de US$ 6,9 bilhões registrado em novembro de 2024.

Antes disso, na terça-feira, será divulgada a produção industrial de outubro, para a qual a instituição também espera alta de 0,3%. Durante a semana, podem ainda sair os dados de novembro sobre licenciamento de veículos, da Fenabrave, e produção de veículos, da Anfavea.

Noticiário político estará no radar

Em Brasília, o Senado será um dos principais polos de atenção. A Comissão de Assuntos Econômicos votará na quinta-feira o Projeto de Lei 5473/2025, que agora prevê um aumento gradual de impostos para fintechs e operadoras de apostas, com implementação completa até 2028. O texto revisado também endurece mecanismos de fiscalização contra plataformas ilegais de jogos de azar.

Além disso, eleva o imposto sobre Juros sobre Capital Próprio de 15% para 17,5% e adia para abril de 2026 o prazo para aprovação da distribuição de dividendos sem adicional de 10%.

Na área de segurança pública, o Projeto de Lei Antifacções, aprovado na Câmara, segue para análise dos senadores. Em paralelo, o Congresso continua examinando vetos presidenciais e medidas orçamentárias suplementares, enquanto avançam as articulações políticas em torno do indicado ao Supremo Tribunal Federal, cuja sabatina está marcada para 10 de dezembro.

Estados Unidos tem agenda mais quente na semana

Nos Estados Unidos, a agenda também ganha intensidade nos próximos dias.

Com atraso na compilação de dados oficiais, por conta do shutdown, o relatório de emprego privado ADP de novembro ganha mais relevância e será divulgado na quarta-feira, junto a produção industrial de setembro nos EUA.

Na quinta-feira (4), serão conhecidos o número de demissões no setor privado dos EUA, medido pela Challenger.

Por fim, na sexta, serão publicados os dados do índice PCE de setembro, indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed), e a prévia da confiança do consumidor de dezembro, medida pela Universidade de Michigan.

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