Os mercados começam o mês de dezembro retornando de uma semana mais curta nos Estados Unidos. O feriado de Ação de Graças na quinta-feira passada e o pregão reduzido na sexta diminuíram a liquidez das bolsas e das negociações de outros ativos em todo o mundo. Esta segunda-feira traz nos EUA traz apenas índices de atividade manufatureira (PMI e ISM). Às atenções se voltam para um breve discurso em vídeo do presidente do Federal Reserve, que deve fazer breves comentários na abertura de um painel sobre política econômica.
A próxima reunião de política monetária nos EUA está prevista para a próxima semana e, por enquanto, a maioria do mercado aposta em mais uma redução na taxa de juros.
No fim de semana, aumentaram as especulações sobre o nome mais provável a substituir Powell em seu mandato no ano que vem. Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, disse que o presidente Donald Trupo deve definir um sucessor ainda este ano. O próprio Hassett é visto como um dos nomes mais fortes.
No Brasil, o dia também reserva apenas um PMI industrial na agenda de indicadores. A expectativa maior fica para o Boletim Focus. Na segunda passada, as projeções dos economistas consultadas pelo Banco Central voltaram a cair para a inflação no final deste ano, prevendo o IPCA abaixo do teto da meta (em 4,45%). Nas projeções para os próximos dois anos, a inflação também foi revisada para baixo.
Agenda ganha força na semana
Na quinta-feira o IBGE divulga o PIB do Brasil do terceiro trimestre. O Bradesco BBI projeta alta de 0,3%, embora veja risco de revisões nos dados anteriores, especialmente por causa da agropecuária.
Enquanto o IBC-Br apontou queda de 0,9% na atividade entre julho e setembro, puxada por recuos na agropecuária, indústria e serviços, os indicadores setoriais do IBGE mostram um quadro mais misto: leve alta da produção industrial, varejo praticamente estável e avanço de 0,5% nos serviços. O varejo ampliado, sensível ao crédito, cresceu 1%, impulsionado pelo consignado privado e pelo pagamento de precatórios.
Para o analista, Leandro Manzoni, o resultado do PIB será determinante para o início do ciclo de cortes da Selic. Se vier fraco, em linha com o IBC-Br, aumenta a chance de redução já em janeiro, primeira reunião do Copom de 2026. Um número mais forte deve empurrar as apostas para março, especialmente porque o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mantém um discurso mais firme sobre inflação às vésperas da reunião de dezembro, que ocorre antes da divulgação do IPCA anual.
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