Elon Musk: Tesla avalia como remunerar homem mais rico do mundo
Repórter
Publicado em 2 de junho de 2025 às 06h44.
O homem mais rico do mundo, Elon Musk, não recebeu nenhum pagamento da Tesla (TSLA) em 2024, repetindo o cenário dos anos anteriores. O motivo é a anulação de seu plano de compensação aprovado em 2018, que foi derrubado duas vezes na Justiça sob alegação de falhas no processo de aprovação, mesmo após votos favoráveis de acionistas.
Agora, com a empresa enfrentando desaceleração nas vendas e aumento da concorrência, o conselho da montadora discute qual deve ser o novo modelo de remuneração para o executivo que, apesar de não receber salário, é o homem mais rico do mundo e detém cerca de 20% das ações da companhia. A fortuna estimada do bilionário é de US$ 379 bilhões, US$ 150 bilhões a mais do que Mark Zuckerberg, da Meta, que fica em segundo lugar com uma fortuna de US$ 229 bilhões.
Segundo o Wall Street Journal, uma das propostas avalia condicionar eventuais ganhos de Musk à dedicação exclusiva à Tesla, reduzindo sua atuação em outras frentes, como SpaceX, xAI e intervenções políticas. O objetivo seria garantir que o CEO concentre sua atenção na montadora e também inicie um plano de sucessão.
Outra possibilidade considerada é o retorno a um modelo baseado em ações, como o pacote de 2018, porém com menor complexidade. Em vez de dezenas de metas financeiras e operacionais, a nova proposta poderia atrelar o pagamento diretamente ao desempenho das ações da Tesla em relação ao mercado.
Consultores também sugerem ao WSJ que Musk seja tratado como qualquer outro CEO de grande empresa. Nesse cenário, ele receberia remuneração baseada em benchmarks do setor e teria que adquirir ações por conta própria, sem exigências de aumento de participação acionária.
O caso de Musk contrasta com o de outros fundadores bilionários.
Em 2024, Rick Smith, da fabricante de armas Axon, recebeu US$ 165 milhões em ações, enquanto Zuckerberg teve um pacote de US$ 27 milhões, quase todo destinado à segurança pessoal. Já Michael Dell somou US$ 3,1 milhões e Warren Buffett, da Berkshire Hathaway, manteve o salário simbólico de pouco mais de US$ 400 mil.
Fora do setor corporativo, o contraste também chama atenção. O presidente dos EUA recebe US$ 400 mil por ano, o reitor de Harvard ultrapassa US$ 1 milhão e o jogador Juan Soto assinou contrato de US$ 800 milhões por 15 anos com o New York Mets.
Musk declarou publicamente que deseja ampliar sua fatia na Tesla para pelo menos 25%, alegando que isso lhe daria mais liberdade para liderar projetos estratégicos. O conselho, no entanto, precisa balancear esse desejo com os interesses de governança e dos acionistas.
Entre as ideias debatidas está um modelo de co-investimento, no qual Musk compraria ações e, em contrapartida, receberia prêmios condicionados à sua permanência e ao desempenho da companhia.
Ainda não há data definida para uma nova proposta formal. O que está claro, segundo analistas, é que qualquer pacote terá que reconhecer o peso do executivo no valor de mercado da Tesla, mas sem repetir os erros que levaram à anulação anterior.