Mercados: Goldman Sachs vê desaceleração se investimentos de IA caírem (Spiderstock/Getty Images)
Repórter
Publicado em 5 de setembro de 2025 às 10h43.
Última atualização em 5 de setembro de 2025 às 10h46.
Para o Goldman Sachs (GS), uma queda considerável nos investimentos de inteligência artificial (IA) ao final de 2025 ou em 2026 pode cortar a avaliação do S&P 500 em até 20%, embora o risco atual seja mais baixo do que o de bolhas anteriores.
A principal linha de defesa do Goldman Sachs contra a possibilidade de uma bolha iminente é a comparação com a bolha das pontocom no final dos anos 1990 e início dos 2000. Segundo os analistas do banco, o atual múltiplo de preço sobre lucro (P/L) das cinco maiores ações do S&P 500 — Nvidia, Microsoft, Apple, Google e Amazon — está em 28x, significativamente abaixo do pico de 40x visto em 2021 e do extremo de 50x registrado no auge da bolha tecnológica.
O Goldman também afirma que as grandes empresas de tecnologia não estão apenas com avaliações altas, mas com um enorme fluxo de caixa gerado por seus investimentos em capital (capex). Em 2024, os investimentos somaram US$ 368 bilhões, um valor considerável que sustenta a viabilidade dessas empresas. A verdadeira questão, portanto, não é se as avaliações estão altas, mas quando esses gastos com IA começarão a desacelerar.
Embora a IA esteja em ascensão, o Goldman Sachs alerta que a fase de expansão para empresas em "Fase 3" — aquelas que ainda se beneficiarão do impacto indireto da IA — exigirá resultados mais tangíveis.
As empresas que não estão diretamente envolvidas na IA, mas que dela se beneficiam, como as de software corporativo, ainda não geraram a criação de valor esperada. A expectativa dos investidores é de que a IA se expanda para essas empresas, mas a pressão por resultados concretos será crescente.
Com o S&P 500 alcançando um recorde de 6.502,08 pontos, o mercado continua otimista, mas a questão central permanece: a IA continuará a ser o motor de crescimento ou uma desaceleração nos investimentos por parte das hiperescaladoras pode esfriar o mercado?