Warner Bros.Discovery: companhia de mídia vive sob pressão em ofertas da Paramount (Photo Illustration by Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Ima/Getty Images)
Repórter
Publicado em 26 de novembro de 2025 às 06h00.
Diante da pressão para decidir seu futuro, a Warner Bros. Discovery solicitou aos potenciais compradores que apresentem ofertas melhores após receber uma rodada inicial de lances. A resistência da companhia foi detalhada por fontes familiarizadas com o processo sob condição de anonimato à agência Bloomberg.
Na semana passada, grandes nomes de Hollywood apresentaram suas propostas bilionárias para adquirir a Warner Bros. Discovery, que foi colocada à venda no mês passado e é vista como uma peça estratégica na crescente disputa pelo domínio do mercado de streaming.
Nos bastidores das negociações, a Warner pediu que os participantes façam novas ofertas até o dia 1º de dezembro.
Entre os interessados estão a Paramount Skydance, a Comcast e a Netflix, que já apresentaram propostas para atender ao prazo inicial. Após a análise das novas ofertas, a Warner Bros. poderá entrar em um período de negociações exclusivas com uma das empresas.
A Comcast e a Netflix demonstraram maior interesse no vasto acervo de filmes e séries da Warner, que inclui desde as famosas séries "Game of Thrones" e "Sex and the City" até a franquia "Harry Potter". Já a Paramount está disposta a adquirir todos os ativos da empresa, incluindo seus canais de TV por assinatura, como TNT e Cartoon Network.
A Warner Bros. anunciou em outubro que avaliaria diferentes opções estratégicas após receber propostas de diversos grupos interessados em adquirir parte ou a totalidade do negócio.
Apesar das expectativas do mercado e a pressão das companhias de mídia, os três pretendentes à Warner Bros. apresentam uma série de preocupações regulatórias que podem complicar a venda.
Em relação à Netflix, uma fusão com a Warner Discovery poderia instigar uma investigação por parte do Departamento de Justiça, afirmou Blair Levin, consultor de políticas da New Street Research e ex-funcionário da Comissão Federal de Comunicações (FCC), ao Wall Street Journal. Ele explicou que, devido ao envolvimento de Reed Hastings, presidente e cofundador da Netflix, no apoio a Kamala Harris (do Partido Democrata) nas eleições presidenciais de 2024, o Departamento de Justiça poderia considerar a oportunidade de Donald Trump, presidente dos EUA, interferir nas negociações e inviabilizar o acordo.
Por sua vez, a Comcast, proprietária da NBC News e do canal MS NOW (conhecido por sua linha editorial progressista), também tem enfrentado críticas públicas por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus aliados, o que gerou dúvidas em Wall Street sobre a viabilidade da aprovação do acordo.
No entanto, na teleconferência de resultados da semana passada, Mike Cavanagh, co-CEO da Comcast, minimizou os obstáculos regulatórios em Washington, sugerindo que, ao contrário do que alguns acreditam, a empresa tem opções viáveis para superar esses desafios.
A Comcast está atualmente desmembrando o MS NOW e outros ativos de TV a cabo em uma nova empresa chamada Versant. Brian Roberts, CEO da Comcast, não ocupará nenhum cargo executivo ou parte do conselho da Versant, mas será proprietário de um terço das ações com direito a voto. Recentemente, a Comcast também fez uma contribuição para a reforma da Ala Leste da Casa Branca, iniciativa promovida por Trump.
No entanto, David Ellison, CEO da Paramount, se mostrou confiante diante da competição pela compra da Warner ao afirmar, em um evento em outubro, que tem um bom relacionamento com o governo de Donald Trump.