Petrobras, Itaú, Vale: As 10 ações com melhores dividendos para investir em maio, segundo o BTG (Reprodução/Getty Images)
Repórter de mercados
Publicado em 3 de maio de 2025 às 08h04.
O BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) fez duas mudanças na sua carteira recomendada de dividendos para maio.
Saíram as ações de BB Seguridade e Klabin, que tinham participação de 5% e 10% no portfólio, e entraram Caixa Seguridade (CXSE3) e Banco do Brasil (BBAS3), com participações equivalentes nesta mesma ordem.
A carteira mensal do banco é formada por 12 papéis e tem como objetivo a seleção das melhores empresas sob a ótica de geração total de valor ao acionista, com foco na distribuição de proventos. A seleção é feita de forma complementar entre a equipe de análise de empresas e de estratégia do banco, com uma análise focada em ativos de alta qualidade, resiliência de entrega de resultados e geração de caixa.
Confira as recomendações de ações com bons retornos em dividendos do BTG Pactual para o mês de maio:
Mesmo que os analistas não estejam otimistas em relação a uma recuperação de curto prazo no petróleo, a Petrobras continua sendo a “top pick” do banco no setor de Petróleo & Gás da América Latina. A estimativa é de um dividend yield de 13% para 2025, excluindo pagamentos extraordinários.
“Os dividendos devem ajudar a amortecer os riscos de queda – especialmente porque continuamos a ver o potencial de valorização decorrente de um capex menor do que o esperado e de uma produção maior do que a estimada”, afirmam os analistas.
Os analistas observam que o Itaú Unibanco pode acelerar a alta das ações nos próximos dois a três anos devido ao superaplicativo, One Itaú, saindo do “modo de defesa para o modo de ataque”. O Itaú efetivamente "desligará" o antigo banco e começará a obter ganhos significativos de eficiência em suas operações varejistas, permitindo que seu ROE sustentável aumente a diferença em relação aos seus pares.
“Apesar do forte desempenho no mês passado e no acumulado do ano, continuamos a acreditar que o desempenho superior do Itaú em relação a seus pares ainda parece modesto –especialmente considerando seu posicionamento estratégico superior, transformação digital e qualidade de gestão”, avaliam os analistas. O dividend yield estimado para o ano é de 7,8%.
O BTG reconhece os avanços recentes na tese de investimento em Vale, como a melhora na narrativa do minério de ferro, menores custos caixa C1 e o desenvolvimentos positivos relacionados à Samarco. Porém, a narrativa macro da China continua vulnerável, com a escalada da guerra comercial, o que adiciona pressão sobre todo o complexo siderúrgico e gera uma pressão negativa para os preços do minério de ferro.
Os analistas têm dificuldade em enxergar um retorno substancial em termos de valuation, com as ações sendo negociadas a 4 vezes o EBITDA 2025. Mas o dividend yield está na casa de 8 a 10%, o que justifica a inclusão da carteira, ainda que com uma participação menor que os outros nomes, de 5%.
Embora haja uma estimativa de um trimestre fraco devido a um ambiente ainda desafiador para inadimplência no setor de agronegócios, os analistas acreditam que o valuation oferece um bom suporte.
A ação teve um desempenho significativamente inferior nas últimas semanas, levando o papel a uma relação entre preço e lucro de 4 vezes e oferecendo um dividend yield de 10% em 2025.
Operacionalmente, o banco deve se beneficiar ao longo do ano do forte crescimento do PIB agropecuário, de uma taxa Selic elevada e do novo produto de empréstimo consignado privado, no qual tem sido um dos principais originadores até o momento.
“Temos uma recomendação de compra para a ação e, com o BB agora ficando atrás de todos os seus pares privados no acumulado do ano, a assimetria parece mais atraente novamente”, afirmam os analistas.
Para o BTG, o CEO do Santander, Mario Leão, tem conseguido comunicar com clareza e garantir que estejam acompanhando os KPIs corretos para sentirmos confiança de que o banco está na direção certa. Negociando a 1,20 vezes o valor patrimonial mais recente, e com a matriz espanhola entregando resultados fortes, a assimetria da tese de investimento parece cada vez mais inclinada para o lado positivo.
Em resumo, se o mercado não precificar todas as melhorias microeconômicas que a operação brasileira tem entregado, um fechamento de capital poderia naturalmente ganhar tração — limitando o risco de queda das ações. Apesar da recomendação “neutra” dos analistas, o viés ficou mais construtivo. O retorno em dividendos estimado para este ano é de 7,2% e para 2026, de 8%.
A ação da companhia está sendo negociada a uma taxa interna de retorno (TIR) real de 11,0%, ainda sendo um dos nomes mais baratos da cobertura do BTG. A diferença de valuation em relação a seus pares é explicada por uma percepção de maior complexidade, maior risco de governança e dividendos menores, segundo os analistas.
“A empresa está lidando com todas essas variáveis. A empresa fechou um acordo com o governo federal, o que eliminou qualquer risco de governança e atenuou o risco do segmento nuclear. Considerando as reduções de risco, acreditamos que o caso tem uma grande assimetria de valuation”, observam os analistas. O retorno sobre dividendos é estimado em 5,2% neste ano e 7,7% no próximo.
O BTG adicionou a Caixa Seguridade ao portfólio pela primeira vez. No início de abril, o banco passou a dar “compra” para a ação e, apesar da alta de 9% desde então, acredita que há espaço para mais.
Dada a natureza mais previsível de seus resultados – concentrados no seguro hipotecário e no negócio de pensões – juntamente com o "contrato" refinado e estendido que tem com seu banco controlador, a Caixa, a CXSE3 merece um valuation premium em relação a seu principal par, a BB SEguridade, na avaliação do BTG.
Há um ano, esse prêmio estava mais próximo de 45 a 50%, e agora está em 20%. Os analistas defendem algo próximo a 30% devido a melhora na cobertura e o aumento da liquidez após o recente follow-on. Além disso, o dividend yield de mais de 8% oferece uma boa proteção contra a queda, caso o mercado "corrija" um pouco após a recente alta.
A TIM negocia a 12,2 vezes o lucro estimado pelo banco para 2025, com desconto frente a operadoras globais integradas, que rodam a 13 vezes e à concorrente Vivo (14x). O dividend yield para o ano é de 9,5%, também acima dos pares. O ponto médio do guidance da empresa indica uma remuneração total aos acionistas de R$13,75 bilhões entre 2025 e 2027, resultando em um yield de 32% no período.
Além disso, o aumento consistente dos dividendos a cada ano deve fornecer um suporte relevante para a ação. Os analistas consideram mais importante ainda, a empresa deve distribuir R$6 bilhões em dividendos nos próximos 15 meses, R$2 bilhões referentes a 2024 e R$4 bilhões referentes a 2025, o que equivale a 14% do valor de mercado da companhia.
Os analistas vêem as ações da companhia negociadas a uma TIR real de 10,4%. Na perspectiva do BTG, a EQTL3 é uma excelente empresa de carrego, a melhor de seu setor e uma ótima maneira de se expor à assimetria das taxas reais de longo prazo. Com uma duration de mais de dez anos, proteção total contra a inflação e exposição limitada a uma economia em desaceleração, o nome é uma das top picks no setor de Serviços Básicos.
Para o BTG, a reestruturação da empresa está indo na direção certa, ajustando sua base de custos em um bom ritmo, atraindo novos talentos e vendendo ativos em condições melhores do que as esperadas anteriormente pelos investidores. A Copel também já está pagando dividendos decentes e tem um programa de recompra considerável em andamento.
A empresa, no entanto, ainda não é negociada como uma tese de dividendos, com sua TIR ainda em torno de 10,4%, o que é bastante elevada em comparação com outros players pagadores de dividendos mais relevantes (negociados com TIRs reais entre 6 e 8%). A nova política de dividendos poderia ajudar a fazer com que a ação se tornasse uma "tese de dividendos" mais clara.
A Alupar expandiu seu portfólio ao garantir novos ativos em leilões de transmissão no Brasil e na América Latina. Com a entrada em operação dos empreendimentos em construção, os analista consideram que há espaço para maiores pagamentos de dividendos nos próximos trimestres, junto com a nova política de dividendos em vigor desde novembro de 2022, que prevê o pagamento de no mínimo 50% do lucro líquido regulatório.
A companhia continuou a expandir seu portfólio ao garantir novos ativos em leilões de transmissão no Brasil e na América Latina. A empresa tem agora 14 projetos em construção, incluindo a seção norte da ELTE e TNE, que atingiu 70% de conclusão, acima dos 61% no terceiro trimestre de 2024. O processo inicial de arbitragem de 24 meses na ANEEL foi concluído em setembro passado e, embora uma extensão tenha sido antecipada, a empresa continua otimista quanto a uma resolução nos próximos 12 meses.
“A empresa tem um ótimo histórico de alocação de capital, o que nos deixa confortáveis caso ela decida buscar crescimento adicional”, escreveram os analistas.
Para os analistas do BTG, a Direcional navegou muito bem os últimos anos, evitando estouros de custos enfrentados por outras empresas e mantendo uma sólida distribuição de dividendos e baixa alavancagem. A companhia também lançou uma nova marca, Riva, avaliada em R$ 2,6 bilhões. Metade do valor de mercado da Direcional. A nova marca atua no segmento de média renda, diversificando sua atuação.
“A empresa conseguiu também crescer bastante as vendas, ao mesmo tempo em que aumentou as margens, reforçando que o programa Minha Casa Minha Vida nunca esteve tão forte, e a Direcional está bem-posicionada para capturar essa demanda, com grande banco de terrenos, execução impecável e alta lucratividade”, avaliam os analistas.
Assim, o BTG mantém a recomendação de “compra” para a ação em função de sua dinâmica positiva, tanto operacional quanto financeira.
Os dividendos são uma forma de remuneração ao investidor, representando uma parte dos lucros gerados por empresas, fundos imobiliários e outros investimentos que oferecem esses pagamentos.
Cada tipo de ativo segue uma legislação específica para a distribuição de dividendos, que define não apenas a proporção mínima de lucros a ser distribuída, mas também as regras de tributação desses rendimentos.
Quando alguém possui participação em uma empresa, essa participação dá direito a remunerações específicas, como os dividendos, que são pagos proporcionalmente ao número de ações que cada investidor possui.
Todas as empresas listadas na Bolsa de Valores são obrigadas a distribuir dividendos sobre os lucros gerados, pelo menos uma vez ao ano. Contudo, as empresas têm liberdade para determinar o percentual a ser pago, inclusive para ações de baixo valor que pagam dividendos mensais.
A porcentagem mínima de lucros a ser distribuída deve estar estipulada no estatuto social da empresa, conforme a Lei das Sociedades por Ações (Lei das S/A). Se isso não estiver previsto no estatuto, a empresa deve distribuir 50% do lucro líquido ajustado.
Embora não seja obrigatório estabelecer um percentual mínimo, desde que mencionado no estatuto, muitas empresas optam por pagar dividendos elevados para atrair mais investidores, o que é um fator importante na decisão de se tornar acionista.
Uma das questões a serem avaliadas na escolha das melhores ações desse tipo é o seu payout, que representa o percentual do lucro da empresa que foi destinado aos investidores durante um certo período.
Além disso, outra métrica importante para avaliar isso é o dividend yield, que corresponde ao retorno teórico em porcentagem dos dividendos distribuídos dentro de um determinado período. Nesse caso, ele é obtido pela relação entre os valores por ação pagos aos acionistas pelo preço do papel.
Embora esses dois indicadores sejam importantes, eles não devem ser levados em consideração de maneira isolada. Isso porque os rendimentos pagos no passado não são garantia de retorno futuro.
Assim, é relevante fazer uma análise fundamentalista daquela empresa e verificar qual a perspectiva para ela no futuro. Afinal, será que ela continuará tendo retornos consistentes que permitem a continuidade no patamar atual de distribuição? Quais são as expectativas para o futuro, considerando o contexto da companhia e da economia brasileira e mundial? Tudo isso deve ser levado em conta.
Ademais, o perfil de investidor e os objetivos financeiros pessoais também não podem ficar de fora dessa análise. Isso porque as ações que pagam dividendos contam com seus próprios riscos e o acionista deve ter isso em mente na hora de escolher qualquer empresa para investir.