A conclusão da venda de ativos da Raízen depende da aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), além do cumprimento das condições previstas nos contratos firmados. (Raízen/Divulgação)
Repórter de mercados
Publicado em 15 de julho de 2025 às 10h31.
A Raízen (RAIZ4) anunciou a suspensão das operações da Usina Santa Elisa por tempo indeterminado, como parte da sua estratégia de otimização e reciclagem do portfólio de ativos, visando aumentar a eficiência e reduzir sua alavancagem.
Com essa reestruturação, a Raízen Energia fechou contratos para a venda de até 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, que englobam tanto cana própria quanto a cessão de contratos com fornecedores. O valor da operação pode chegar a R$ 1,04 bilhão, sujeito a ajustes, com pagamento à vista no fechamento do negócio. A empresa já anunciou que os recursos obtidos serão destinados à redução de seu endividamento.
O valor implícito da operação é de aproximadamente US$ 53 por tonelada de cana, considerando apenas o valor da cana e não o ativo industrial da usina. A transação foi formalizada com a participação de diversos adquirentes, incluindo Usina Alta Mogiana, Usina Bazan, Usina Batatais, São Martinho, Pitangueiras Açúcar e Álcool Ltda. e Viralcool.
A conclusão do negócio, no entanto, depende da aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), além do cumprimento das condições previstas nos contratos firmados.
Em paralelo, a São Martinho (SMTO3) anunciou a compra de 10.600 hectares de cana oriundos da Usina Santa Elisa. As áreas adquiridas estão localizadas em um raio de 25 quilômetros da unidade São Martinho, situada em Pradópolis, no interior de São Paulo.
Com cerca de 80% de cana própria e 20% de fornecedores, o terreno adquirido deverá gerar 600 mil toneladas de cana na safra 2026/27 e 800 mil toneladas a partir da safra 2028/29. A Unidade São Martinho possui uma capacidade de moagem de 50 mil toneladas de cana por dia, o que permitirá processar a cana proveniente dessa transação.
A operação, no valor de até R$ 242 milhões, será paga sem a necessidade de investimentos adicionais na indústria e na parte agrícola, com a empresa assumindo apenas os custos variáveis usuais para a gestão das novas áreas. A conclusão também está condicionada à aprovação pelo Cade e ao cumprimento das condições estabelecidas nos contratos.